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Uma grande vitória poder divulgar o nosso projeto!
A OFICINA DE LEITURA E CRIAÇÃO LITERÁRIA
3A. IDADE CLARETIANAS FOI UM DOS PROJETOS SELECIONADOS PARA APRESENTAÇÃO NO III FÓRUM DO PLANO NACIONAL DO LIVRO E DA LEITURA E NO III SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE BIBLIOTECAS, EM AGOSTO DE 2010.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Metáforas da Vida

Imagem: The tree of life, de Gustav Klimt



Proposta do exercício: Estudamos a alegoria de Machado de Assis para a Vida e, com base nela, vamos criar a nossa própria metáfora: “Vida a que me convidas?” A vida é um baile? É um quadro? É um jardim? É um líquido que sorvemos? O que nos cativa nela? O que de tão belo nos assombra? O que nos comove a ponto de, talvez, assustar-nos?

A vida nos assombra com suas histórias - Jacinto Sánchez Verni



Este fato aconteceu por volta do ano de 1883, quando minha falecida avó paterna, Dona Rosária, que estava com seus oitos anos de idade e que, como toda menina, brincava com sua boneca em companhia de suas primas e amigas, no quintal de sua casa, lá na lendária Espanha.
Em dado momento, começaram a observar sua avó, que estava sentada, ao que me lembro pelo que nos foi contado, no degrau da porta de sua casinha. Olhava, distante, na linha do horizonte. Quem sabe, a pensar, pensar...
As meninas, com aquela formação embasada pelo respeito e estima incondicional pelos membros mais idosos da família, começaram a ficar preocupadas. Perguntavam-se:
- Será que a vovó está triste porque fizemos alguma arte e a magoamos?
Uma das meninas propôs:
- Vamos perguntar a ela?
- Acho que não. Respondeu a outra menina.
Mas a vovó continuava lá sentada, o olhar no vazio, fitando lá longe, naquela tarde, lá na Espanha, aguçando cada vez mais a curiosidade das meninas.
Até que minha avó Rosária, vencendo o receio, aproximou-se de sua avó e perguntou-lhe:
- Voelita (avozinha, de maneira carinhosa, no idioma espanhol) porque a senhora está triste? Será que cometemos algum erro, sem percebermos?
- Hijas mias (minhas filhas) vocês podem ficar sossegadas, não fizeram nada de errado. Respondeu a avó.
Que alívio, o das meninas!
E continuou:
- O que eu estou aqui, pensando, é que chegará o dia, e não está muito distante, em que haverá coches que andarão sem que precisem de cavalos para puxá-los; e ainda mais, coches que voarão como os pássaros, carregando pessoas.
E continuou ali, com sua postura pensativa.
As meninas se entreolharam, incrédulas. Foram se retirando vagarosamente, prosseguindo com seus brinquedos favoritos. Logo depois, muito baixinho, ao pé da orelha, cochicharam, com todo respeito:- Será que a vovó está bem da idéia? Pois onde já se viu carros andarem sem necessidade de cavalos para puxá-los, e mais ainda, voarem como os pássaros transportando pessoas e objetos? De onde será que a vovó tirou essa idéia?
Hoje, passados todos esses anos, ao relembrar este fato que sempre foi contado entre a família, penso que posso responder à pergunta das meninas: de onde será que a vovó tirou essa idéia? Ou melhor: de quem veio essa idéia? Por intermédio de quem ela captou essa informação? Ou teria ela sido um instrumento de ligação com esferas superiores onde, segundo se comenta, o espaço e o tempo não existem?
Será que essa minha trisavô teve uma experiência holística, da presença do todo, da criação divina, que se perpetua eternamente, no sentido de que sempre tudo existe, sempre existiu, não havendo princípio nem fim?



No picadeiro - Silvia Ap. Cristofoletti Galvani



No grande picadeiro da vida, somos os protagonistas desse espetáculo, exercendo as mais variadas funções, quase que ao mesmo tempo: exímios equilibristas, ágeis malabaristas, sérios e atentos domadores e até mesmo irreverentes palhaços, trazendo na cara um vasto sorriso pintado e um enorme e rubicundo nariz.
Enfrentamos grandes desafios: os previstos e os imprevistos. Estamos em constante movimento. Uma existência monótona torna a vida sem graça, sem encanto.
Não devemos nos intimidar pelas dificuldades, e, sim, procurarmos decisões temperadas de sabedoria. Não estamos livres de sofrimentos, mas Deus promete estar conosco em todas e quaisquer circunstâncias.
A vida é bela, que até chega a dar medo, não o medo que paralisa, que nos deixa estáticos, sem ação, porém o de queremos resolver, de acreditarmos que isso é possível.
Que a alegria e os risos ainda bailem no ar, depois de o circo ter ido embora!




A vida me convidou - Cleudinéia Ap. Gaspar Zavarello


A vida me convidou a viver uma história e, posso dizer, uma história de amor.
Casei com Hélio em 1969 e fomos enriquecidos com dois filhos: Amanda, nascida em 1971, e Ricardo, que chegou em 1973.
A vida passou-nos como um baile, no qual dançamos. As vezes, seguindo o ritmo, outras vezes, tropeçando. Mas, dançando sempre juntos, até 2003, quando Jesuis quis o Helio para ele, e, nesse momento, minha vida se fez um quadro. Um quadro e um jardim de recordações.
Eu continuei sorvendo o líquido da vida, ao lado dos meus netos Murilo, Nycolas, Jeferson, Isabeli, Bruna e Pedro.
O que me cativa na vida é a força que temos para viver.
O belo da vida é sentir todas as emoções e os medos que ela nos revela.
O que me assombra e me assusta é o que eu ainda possa vir a sentir ou passar.
Mas é a Vida, e é bom estar aqui.



A Vida - Célia Maria Cestaro Christofoletti


Aprendi a amar o movimento quando está nele a transformação. E aí está a vida plena de possibilidades e de beleza.
Se pensarmos o que fomos ontem, o que somos hoje e o que seremos amanhã nos daremos conta de que não somos os mesmos, estamos sempre mudando.
E essa mudança implica em aprimoramento, em horizontes espraiados que os olhos da razão e os olhos do coração permitem alcançar, pelo entendimento e pelo amor.
O que assusta, e o que encanta na vida, vejam que contradição, é o vir a ser. A vida está sempre acontecendo e não sabemos o que virá. Adversidades, alegrias, realizações, frustrações, encontros, desencontros?
Estar vivo é estar alerta. Atentos ao que é e ao que será, desfrutando de todos os sentidos de que somos dotados: cores, odores, formas, sons, sensações.
Entender a vida como movimento e transformação é, também, entender que ela não acaba. Fomos semente, desabrochamos. Voltaremos a ser semente, pois que ela é a essência e está em nós.


A vida: mistério encantador - Regina Claret Kapp dos Santos


Fascinante, grandioso, encantador e desafiador é o mistério da vida. Força estranha? Força oculta? O que é?
Buscamos respostas em tudo, em todos os momentos, sobre a questão: Vida.
Tudo ao nosso redor, seres viventes ou já sem vida (que tiveram a sua história) nos mostram o quanto é impossível entender plenamente a profundidade desse mistério.
A partir da primeira célula de um ser humano, ou de outro ser vivente; o processo de gestação, de germinação ou evolução das espécies faz com que, pouco a pouco, se renove interruptamente o ciclo vital da existência.
A cada segundo, minuto, dia, mês e ano, tudo se transforma para conservar ou renovar o equilíbrio dos ecossistemas.
A luta pela sobrevivência, as vezes sutil, as vezes injusta e violenta, é mais questionadora ainda. Pois depende da vontade de cada ser humano, do instinto de cada animal, ou da energia vital contida na própria natureza. Energia que, vez ou outra, se extravasa além da normalidade, para resistir a tudo e continuar vivendo.
Oxalá, nós, homens e mulheres, refletíssemos constantemente sobre este mistério abissal! E que pudéssemos agir a favor da vida, para que as futuras gerações possam herdar um mundo renovado, permeado por valores essenciais para a harmonia plena de todos os seres com seu habitat, com seu planeta.
A vida: lixo ou jardim? - Maria Inês M. Filier

A vida é o mais belo presente que ganhamos do criador. Ela encerra os mais valiosos tesouros, sendo a jóia mais rara do mundo: que é o próprio viver.
Podemos fazer da nossa vida o mais belo jardim, assim como podemos fazer dela um depósito de lixo, onde depositamos todo tipo de entulho: restos de construções, restos de alimentos, papéis imundos, latas enferrujadas, bichos mortos e malcheirosos e, assim, vamos amontoando sujeiras e mais sujeiras.
O pior é quando permitimos que as outras pessoas venham jogar o seu lixo, emporcalhando ainda mais a nossa vida. Então, torna-se insuportável: são baratas, ratos e todo tipo de bicho peçonhento, que representam a raiva, as mágoas, ódios, tristezas e outros sentimentos ruins e negativos. Nós não aguentamos, e ninguém quer se aproximar de um terreno tão deteriorado. Assim, ficamos feridos, machucados, com a autoestima baixa.
Temos que retomar nossa dignidade; nos encher de força e coragem para limpar, reciclar esse terreno. Com as pedras, construirmos novos caminhos, grutas encantadas, fontes cristalinas, nas quais os pássaros, os animais silvestres e mesmo os homens venham saciar sua sede.
Recolher tudo o que pudermos juntar e fazer pontes. Ah! Como são necessárias as pontes, pois nos ligam com os outros, e eles a nós. Fazer canteiros de hortaliças, para nos alimentar e aos nossos amigos.
Plantar flores de todos os tipos e cores para perfumar e embelezar nossas vidas. Para as crianças e todos quantos quiserem achegar-se e sentir os aromas, brincar nesse jardim, cantar e dançar a dança da vida.
Plantar fé, esperança, fraternidade, solidariedade, sabedoria, justiça, paz e amor. Ninguém mais vai querer jogar lixo num lugar tão lindo, pelo contrário, as pessoas respeitarão e amarão essa vida.
Transportar uma montanha para dentro do jardim. Para, todo dia, com muita humildade, simplicidade e sabedoria ir escalando-a, pouco a pouco, com perseverança ir ao encontro Daquele que é o Autor da Vida.
Como você quer sua vida? Lixo ou jardim?


VIDA

A vida chega de improviso
A vida fica porque quer
A vida se enamora da vida
A vida quer ir e você não quer que vá
Mas a vida tem que seguir, senão
Não seria VIDA!

VIVER

Viver por viver
Imensamente
Dádiva do querer.

Vida vai, vida vem

Vida vai
vida vem
como as ondas do mar
tempo vivido que não volta jamais

Vida: um eterno desafio - Lícia Mônaco Perin

Pequena e chorona nasceu a criancinha. Na dança do mundo, cresceu entre crises.
O dinheiro era curto, o emprego, difícil. A pobreza rondava cada casa, cada lar. Desperdício? Nem pensar! A vida dura para todos, crianças e adultos.
A menina foi crescendo. Quietinha, solitária, deitava-se por horas no chão duro do quintal de terra, deixando seus sonhos buscar o azul do céu, a brincar com as nuvens que bailavam no eterno firmamento.
A escola, os livros! Ah,os livros! A grande descoberta! Agora, a menina vivia e sonhava o encontro das extraordinárias aventuras numa frenética busca pelo mais! Curiosidade! Emoção! Riso e choro! Quanto um livro pode trazer!
Mas, o corpo pedia, e o esporte chegou: a mesma paixão, a mesma descoberta. Como era bom ser jovem e consumir energia, aprendendo a ser mais um no grupo, a se empenhar ao máximo em busca de um resultado, a lutar com ética, respeito, sem tripudiar sobre os adversários.
E veio o namoro. O flerte, os bailes, os olhares trocados com significado especial. Qual pássaro, que escolhe seu parceiro para toda a vida, também a menina, agora adolescente, adotou a monogamia e seguiu para o altar.
A profissão escolhida já nos primeiros anos de vida foi alcançada e exercida com a persistência do desbravador que, quando necessário, improvisava para conseguir melhores resultados, executava a capacidade de minimizar a dor dos que sofriam.
Os filhos, a família completada. O marido, parceiro e leal. A vida seguindo com suas doses de altos e baixos. Sempre muito trabalho. Sempre engajados em trabalhos da comunidade.
A vida pública. A mudança radical. Uma visão diferente de tudo. Não há tempo para devaneios. É preciso executar o conhecimento acumulado; é preciso sair de si, pensar plural. Abraçar as necessidades do próximo, das entidades, enfim, da cidade. Somar à sua vida, já tão repleta, outra vida, dedicada à causa pública. Quatro anos de exaustão!
Depois, aquela menina que se engajara, corpo e alma, nesse viver, não cabia mais numa vidinha comum. Passaram-se, então, quase quarenta anos de engajamento em projetos, atividades ou atitudes que pudessem melhorar a vida em nosso planeta.
Hoje, menina de 78 anos, paro e penso: não posso viver sempre num jardim, nem eternamente dançar ao som caliente de um bolero. Não sei pintar quadros, mas me assombro e me enterneço ao lembrar minha caminhada: serei eu aquela menininha que, ao nascer, era a filha do meio entre cinco irmãos, numa família que viveu uma imensa crise – a de 1929? Aquela que, à época, escolheu uma profissão ímpar para mulheres, mesmo sendo canhota?
Entretanto, o que me assombra, mais que tudo, é o número de amigos que conquistei e conservo. A alegria e o equilíbrio que sempre procurei ter comigo, mesmo nos momentos dolorosos. Pois tenho a certeza que Deus não me protege – Ele me mima!

A vida é uma escola - Rosemarie B. Grassmanm Bóbbo

A vida é uma escola. Todos nós somos pensamentos de Deus. Quando nascemos, começa a eternidade. Eternidade significa vivermos as vinte e quatro horas do dia ligados a Deus. Mas isso só acontece se quisermos, pois Deus não é ditador, Ele não arromba a porta.
Nosso coração, que podemos representar por uma porta, tem um trinco somente por dentro. Jesus bate. Depende de nós abrirmos ou nos fazermos de surdos. Ele não arromba a porta, apenas bate.
Quando abrimos, podemos nos apresentar a ele como somos, mas Ele não nos deixa assim. Pois através de Seu Filho, Jesus Cristo, nossos pecados são perdoados e, então sim, somos transformados de criaturas em filhos de Deus.
Aí, é somente confiar, obedecer. Não nos tornamos santos; precisamos, sempre, do perdão de Jesus. Mas o Espírito Santo vai nos moldando. E, quando dizemos: - Senhor, dispõe de mim! A vida passa a ser uma aventura maravilhosa. Não sem problemas, não sem tentações, mas não caímos mais nelas. Isto não é religião. É fé em Cristo!
Ele veio ao mundo para morrer na cruz por nossos pecados e fundar a fé Nele somente.

Saiba que, chegando aos 60 anos, teremos dormido vinte anos. Seis anos teremos gasto para comer e prosear um pouco durante as refeições. Quatro anos mais gastaremos para nossa higiene, tomar condução e mais um mínimo de prosa. Vejam lá, que 30 anos já se foram!

Conversa de dois passarinhos

Em um galho de árvore frondosa,
Uma andorinha e um pardal
Tiveram a seguinte prosa:
Pardal, disse a andorinha,
Já reparaste como o ser humano
Se preocupa e corre
E de cansaço até morre?
É, andorinha, responde o pardal,
Nós, passarinhos, temos um Deus
Que nos alimenta, guarda e cuida,
A nós, nada falta, está tudo bem!
Mas, andorinha, eu temo,
Que esse nopsso Deus
Os humanos não têm!