Certificado

Certificado
Uma grande vitória poder divulgar o nosso projeto!
A OFICINA DE LEITURA E CRIAÇÃO LITERÁRIA
3A. IDADE CLARETIANAS FOI UM DOS PROJETOS SELECIONADOS PARA APRESENTAÇÃO NO III FÓRUM DO PLANO NACIONAL DO LIVRO E DA LEITURA E NO III SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE BIBLIOTECAS, EM AGOSTO DE 2010.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Histórias dos nomes - 2a. Parte



"Terminei, enfim, esta obra, que nem o fogo, / nem o ferro, nem o tempo devorador poderão destruir. / Quando aquele dia, que dispõe apenas do meu corpo, quiser, / poderá pôr fim ao tempo da minha incerta vida; / mas com a melhor parte de mim me elevarei imortal / sobre as estrelas, e o meu nome não perecerá ."
Ovídio





Maria Inês – Maria Inês Mascarin Filier

Quando meus pais se casaram, provavelmente não planejaram se teriam filhos, nem quantos, nem o sexo que eles deveriam ter, pois a verdade é que teriam, como se dizia antigamente, quantos Deus mandasse.
O primeiro foi um lindo menino que, certamente, foi o maior orgulho da família; por falar nisso, junto com meus pais, moravam meus avós paternos, um irmão e duas irmãs de papai, todos solteiros.
Foi nesse contexto que eu nasci, e já não foi muito orgulho para todos, pois, segundo me contaram, meu avô paterno não quis nem me ver, porque mulher numa família de italianos não serviria para nada!
Mas o tempo foi passando, a nenezinha foi ficando engraçadinha, faceira, e o ‘nonno’ não resistiu aos seus encantos, tornando-se o seu fã número 1. Passamos momentos lindos e mágicos, juntos.
Alguns deles, trago marcados na lembrança, como quando dançava imitando uma bailarina e pedia ao nonno que julgasse quem dançava melhor: eu ou Iara, minha melhor amiga de infância. Ele, para deixar as duas felizes, ora dizia que uma, ora dizia que outra.
Recebi o nome Maria Inês porque a minha avó paterna chamava-se Maria, e a materna, Inês. Duas mulheres lindas, guerreiras, ambas pertencentes ao grupo dos primeiros imigrantes italianos e portugueses que vieram para o Brasil. Tenho muito orgulho de levar os seus nomes em minha vida, já que seus exemplos maravilhosos têm me ajudado a seguir em frente, a superar obstáculos que a vida oferece.
Dois nomes simples, mas para mim significam muito! Agradeço aos meus pais pela escolha tão carinhosa que fizeram, homenageando desta forma minhas duas avós.



Sobre meu nome – Marinalda Codo Rosseti

Elizabete. Este foi o nome que minha mãe escolheu para mim.
Em meados maio e junho muitas crianças nasceram, e, entre as meninas, só se ouvia dizer que o nome da maioria delas seria Elizabete.
Então, nasceu um bebê, que a mãe cuja mãe colocou o nome de Marinalda. Não Marialva, tampouco Marialda, nem Marinalva, mas sim Marinalda. E, foi assim que minha mãe resolveu me dar este nome também.
Uma, porque ela gostou, e outra, porque já tinha muita elizabete no pedaço. Bem, quanto a mim, não sei se gostei ou se realmente preferia elizabete. Mas, de qualquer modo, ainda é melhor do que dar os nomes das avós, embora eu não saiba se isso chegou a ser cogitado – Maria Francisca, por parte materna, e Prisca, pelo lado paterno.
É certo que nada tenho contra minha querida vovó, que faleceu quando eu tinha 2 ou 3 anos, e de quem eu era a neta preferida, mas Prisca...
Nesse caso, é claro que eu agradeço à minha mãe. Embora, apesar de não ser a única, não conheço nenhuma outra Marinalda.



O porquê do meu nome – Jose Batista Amador

Quando criança, não tinha o entendimento do meu nome, como os meus netos em, nos dias de hoje. Talvez, isso esteja relacionado ao falecimento do meu pai, quando eu ainda era muito criança.
E, com o casamento da minha mãe com o meu padrasto, fomos morar distante dos meus parentes, e acabaram se perdendo as referências do nome e do sobrenome.
Com o decorrer dos anos, passei a gostar e a ter muito orgulho do meu nome. José Amador era o meu avô paterno, morto antes de eu nascer. Ele era imigrante natural das Ilhas Canárias, na Espanha. Batista Bergamin era o nome do meu avô materno, filho de italianos e que também já morrera antes da minha existência.
Através dos meus parentes e das pessoas que os conheceram, fiquei sabendo um pouco sobre eles. O avô Batista era um líder na família, exemplo de pessoa de bem. Em sua homenagem, minhas tias colocaram o nome dele nos seus primeiros filhos homens, e meu pai o colocou em mim.
Na história, José era pai de Jesus Cristo, e, Batista, era o Seu primo. Eu, com esse nome José Batista, sinto-me privilegiado em ter o nome dos meus dois avôs e, também, desses dois homens tão dignos que foram São José e São João Batista.

Origem do meu nome – Eisle

Tenho três irmãs mais velhas, cujos nomes iniciam com a letra E. Para não fugir à regra, quando eu nasci o nome deveria ter a mesma inicial.
Minha irmã mais velha tinha vinte anos, à época, e seu nome era ELSIE, nome escolhido em um livro de romance. Ela pediu aos meus pais que colocassem o meu nome de EISLE, que seria o contrário do seu. Ela fez esse pedido porque gostava demais desse nome, e não sabia se, quando casasse, teria uma menina para batizá-la com esse nome.
Nunca tive nenhum apelido, também nunca achei alguém que tivesse um nome igual ao meu. Quando digo meu nome, todos o consideram diferente!
Gosto muito do nome que tenho, considero-o forte, diferente, único.



A princesa Siclay – Siclay Bianchini

Sinto-me muito lisonjeada por ter um nome de princesa, escolhido por minha avó Genny, que adorava ler e que viu esse nome em um dos seus muitos romances.
Esse livro contava a história de uma princesa, a princesa Siclay, que vivia na Síria e adorava ficar junto ao povo de sua aldeia, era uma pessoa diferente das suas tradições, pois ajudava a todos: crianças, velhos, pobres e necessitados. De certa forma, sou assim também!
É engraçado quando digo o meu nome, pois todos se espantam e dizem; “Si o quê? Hã? Siclei, Sinclair, Siclair, Sicrai...” Mas, tudo bem!
A parte mais gostosa é ouvir amigos e até desconhecidos que, por conhecerem o meu nome, me procuram para contar que também colocaram esse nome, escolhido por minha avó, em suas filhas; elas, depois de crescidas, adoram o nome da Princesa do Povo, assim como eu.
Certa vez, quando uma dessas pessoas foi registrar a filha no cartório, a pessoa que fazia o registro duvidou que fosse um nome, dizendo que não tinha sentido, que era uma coisa horrível! Pois não é que os pais tiveram que levar o meu documento para provar que o nome existia?
É uma pena essa pessoa ter duvidado, pois ao fazê-lo perdeu a oportunidade de conhecer a história de uma mulher que não respeitava as diferenças entre as pessoas. Uma mulher que, mesmo tendo título de nobreza por direito de nascimento, foi guerreira e bondosa como toda mulher deve ser: uma princesa!

Meu nome... Minha diferença – Geni Deolinda Bizzo



É impossível falar sobre o meu nome sem citar meus irmãos, pela ordem de idade: Evanir Erminda, Agenor Clarindo, Nestor Laurindo, Antenor Lucindo e Nair Ermelinda.
Nomes que soam estranhos, quando assim reunidos, mas que deixavam meu saudoso pai orgulhosíssimo. Afinal, não era fácil encontrar nomes que atendessem à combinação or e indo, para os meninos, e ir e inda para as meninas. Principalmente para ele, pessoa sem nenhuma literatura e sem qualquer fonte de consulta.
Eram idéias dele. Só dele. Minha mãe, mesmo que quisesse, não tinha espaço para palpites. A coisa acontecia invariavelmente assim: nascida a criança, o velho seguia imediatamente para o Cartório de Registro Civil. No retorno, e com a pompa que o momento exigia, lia o nome do rebento, escolhido em segredo já há algum tempo.
Era uma cena comparável à daqueles arautos do rei que, sobre um tablado, com toda a pompa e circunstância, inflavam o peito para anunciar um acontecimento importante.
Minha mãe, calada em um canto, era apenas platéia, como todos nós.
E eu? Por que fugi à regra? Deolinda está conforme. Mas porque Geni, e não Genir? Acho que, num golpe de sorte para mim, o escrivão tenha entendido mal e efetuou o registro sem o erre final. Acredito, também, que meu pai não tenha querido retornar ao Cartório para corrigir o erro.
O certo é que fiquei Geni. Diferente do que ele queria. Melhor para mim. Embora não possa dizer que tenha me livrado de problemas. Sempre perguntam: com G ou J? Y ou I? E quando escrevem Genideolinda, assim, tudo junto? E pior, quando grafam Geni de Olinda? Às vezes chego a me aborrecer. E digo, irônica: Nem de Olinda nem de Recife. É Deolinda, tudo junto. E, como sei que também vou ter problema com o sobrenome, antecipo: É Bizzo, com duplo zê, por favor.
Depois, acho graça. Afinal, nunca vou ter problemas com homônimos.

Um comentário:

Unknown disse...

Oi, sou enfermeira e minstro curso para capacitar idosos e ao procurar artigos sobre a terceira idade, encontrei esse. Conheço um dos seus irmãos, o Nestor e conheci o Antenor.
Legal ver a história de pesssoas que passaram em minha vida e que há tempos não vejo.
Lídia