Da esq. p/dir. Eu, Sr. Anésio, Andreia, Jacinto e Iandara
Andreia, Cleudnéia e D. Aurora
Neste blogue serão publicados os textos dos alunos da minha oficina de criação literária, ministrado na Faculdade da Terceira Idade Claretianas. O objetivo da oficina de literatura é prover os alunos da Faculdade da Terceira Idade de mais uma ferramenta de expressão, seja ela oral ou escrita. O projeto das oficinas conta com exposições teóricas e dinâmicas práticas, que resultam em textos ou comunicações orais.
Abaixo: em primeiro plano, Marinalda; depois Maria Inês e eu, abraçadas, no dia do lançamento do nosso livro: "Reescrevendo a vida".
Qual a metade do número 8? – Aurora Ferreira
Ao pensar nisso, imediatamente me vem à mente o número 4, resultante da operação matemática.
Eis o desafio: pensar com criatividade no número 8. Traçando uma linha horizontal, dividindo o 8 ao meio, imagino:
- Na parte inferior, incolor, uma gota; a gotinha que salva. Que, com sua carinha alegre, conclama as crianças a se vacinarem, a gotinha do Dr. Sabin, que livrou para sempre as crianças da poliomielite.
- Na parte superior, colorida, visualizo balões de gás, enfeitando e alegrando as festas infantis. Porque o número oito só evocou em mim o mundo infantil?
O número 8 - Geni Deolinda Bizzo
Estava eu aproveitando a vista maravilhosa da sacada do meu apartamento para ver a tarde que caía, trazendo consigo a escuridão da noite. A lua, preguiçosa, fazia surgir dos picos dos pinheiros seus majestosos raios, como que nascendo por detrás do horto.
Em devaneio, pus-me a contar as primeiras estrelas que surgiam. Meus pensamentos viajavam pelos caminhos do céu, quando percebi: as estrelas pareciam vaga-lumes, num interminável acende-e-apaga. Oras, então, como contá-las?
Pus-me então a pensar. Infinitas como as estrelas no céu são as maravilhas do mundo, que tão poucas conhecemos e, mesmo assim, tão pouco... Apesar disso, como pode o homem querer sempre ter o controle de tudo? E, afinal de contas, o que é o infinito?
“Não é dado a uma mente finita conhecer o infinito, está escrito. Se não podemos explicá-lo de maneira objetiva e clara, pelo menos podemos representá-lo por meio de uma forma criada pelo homem.
O símbolo ∞, o “oito deitado”, ou lemniscata, numa denominação mais científica, representa o infinito, a eternidade e o potencial divino. A imagem é conhecida desde a antiguidade e a razão de essa curva geométrica especial assumir tal significado é seu traço contínuo, uma forma sem começo nem fim.
Se fizermos um traço vertical separando a forma ao meio, teremos ΩΩ, ou o ponto central), considerado o portal entre os dois mundos, o físico e o espiritual): um representa a jornada do nascimento até à morte; o outro, da morte ao novo nascimento. A dualidade sempre presente: bem e mal, profano e sagrado, forte e fraco, dificuldades e realizações, dores e prazeres.
Para os místicos, se quisermos encarar a vida de forma centrada, devemos sempre buscar o equilíbrio entre esses dois lados: o que representa o material através da busca dos prazeres imediatos, e o espiritual que transcende, e onde se buscam os valores da alma.
Eu gosto de pesquisar sobre numerologia e acho que têm sentido muitas das respostas que encontro. Tenho o número oito no meu destino. E já que somos número (CIC, RG, fone, CEP, passaporte, contas bancárias, placa de carro, número da casa, até número de rua, como em Rio Claro), acho chique ter um número com tamanho significado. Que bom.
Dizem que traçar o número oito no ar com incenso traz harmonia e energia para pessoas e ambientes. Não custa tentar.
Eu traço o número oito com dois círculos, que, se divididos ao meio, será apenas um círculo. Círculo me lembra o SOL, que ilumina o dia. Também a lua, que ilumina a noite.
E, que beleza! Me lembra brincadeira de criança: a bola!
No campo das ciências exatas, metade do oito será quatro.
4 - Se olharmos de baixo para cima, parece uma cadeira. Cadeira que me recorda reuniões familiares, trabalho, mobília decorativa, lazer - cadeira de praia, cadeiras no teatro, no cinema...
Trajetórias – Adelaide Dalva Tivelli Garbuio
O oito significa o trajeto de nossa vida. Inicia-se com o nosso nascimento, o nosso crescimento até formarmos uma família.
Então, chegamos ao auge de nossa vivência, com os filhos que, muitas vezes, também já formaram suas famílias, e, nesse momento, a alegria de nossas vidas são os netos.
Ao iniciarmos a segunda metade do oito, o nosso corpo talvez apresente algumas dores, mas o nosso entendimento do que é a vida e a sabedoria para compreendermos os nossos semelhantes é muito maior.
Cada dia compreendemos e aceitamos melhor o caminho escolhido por cada ser humano,e aprendemos a cultivar os verdadeiros valores da vida, reconhecendo que existe um SER superior, que nos guia e nos ilumina.
Um número Forte – Cleudnéia Ap. Gaspar Zavarello
O oito é um número forte e gostoso de grafar. No mês oito nasceu meu pai (31/08/1924); na metade do oito, mês quatro, nasceu a cara metade de meu pai, minha mãe (09/04/1927). Eles ficaram juntos de 1947 a 2007.
Em 1948 eu nasci (03/03/1948) e, no dia 12 (8+4) de abril de 1992 nasceram meus primeiro netos gêmeos, dois meninos que, graças a Deus, já têm 17 (7+1 =8) anos.
Escrevendo sobre o número oito e sua metade, quatro, me dei conta de que muitas vezes estiveram presentes em minha história.
Metade do oito – Lourdes Laurenti Carvalho
Se o que eu observo nessa folha representa o numeral 8, isto é uma quantidade, então, a metade corresponde, logicamente, 4. Mas, nada indica que esse desenho parecido com o número 8 seja realmente o numeral 8.
Pode ser o que eu imaginar; por exemplo, duas argolas cuja metade seria uma argola, ou qualquer outra coisa.
Ouvi dizer que o oito representa o infinito, mas não tenho como conferir, pois nada sei sobre isso. Mas esse diálogo que peguei no ar, aqui mesmo, nessa sala de aula, me deixou confusa, e a coisa se complicou ao infinito. Por quê?
O que é o infinito? Não consigo imaginar o infinito, uma coisa sem começo nem fim. Li, outro dia, o artigo de um cientista, desses que estudam o universo, afirmando que o mesmo está em expansão. Expansão? Mas para onde?
Então, fico pensando em tudo: nosso universo, nossa galáxia, nossa lua, etsrelas, nosso planeta, nossos países, nossas cidades... E nós com os nossos problemas(zinhos). Daí, vem novamente o infinito e esse oito desenhado na folha... Ai! Vou ficar maluca...