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Uma grande vitória poder divulgar o nosso projeto!
A OFICINA DE LEITURA E CRIAÇÃO LITERÁRIA
3A. IDADE CLARETIANAS FOI UM DOS PROJETOS SELECIONADOS PARA APRESENTAÇÃO NO III FÓRUM DO PLANO NACIONAL DO LIVRO E DA LEITURA E NO III SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE BIBLIOTECAS, EM AGOSTO DE 2010.

sábado, 29 de outubro de 2011

Oficinas Agosto/setembro

No segundo semestre de 2011, estamos trabalhando mais perto da Poesia. Aprendendo suas delicadezas, sua fúria de palavra tensionada ao extremo. Estudamos a poeta mineira Adélia Prado, que encontra seu motivo no cotidiano. Os alunos foram convidados a escrever sobre esse mesmo tema. Como sempre ocorre, em nossa oficina não há certo e errado, tampouco obrigamos à opção pela forma. Assim, algumas alunas optaram pela prosa, mantendo a temática proposta. Em seguida, os textos.

Texto D. Lourdes

Breve.

Oficina Literária

Texto da Geni Bizzo



Na penumbra da sala
Faíscas cintilantes explodem nos olhares atentos
Silencio total na expectativa
o raciocínio é lento
 Mas o sorriso é farto evidenciando a vaidade encoberta

O lirismo embala os sonhos
A emoção domina a cena
Sandra incentiva...
Soltem as amarras e voem
Nas asas do sonho real de Clarices, Coras e Adélias

O varão sorri de soslaio do alto de sua cátedra
pois poeta é,
Tem brilho próprio que a humildade esconde.

Pobres de nós
Haja neurônios
Os meus estão já não sei onde.




Rezas e Benzimentos

Texto de Geni Bizzo



Coisas da pobreza, da crença ou da fé,
falta de grana ou informação,
a medicina caseira curava até bicho de pé.
As simpatias e as rezas, usadas com emoção,
 passavam, com certeza, de geração em geração.
Se minha memória não falha, quero deixar registrado,
 embora nos dias de hoje
vão achar muito engraçado.

Emociona-me falar sobre isso,
acho muito bom reviver.
E  sem parcimônia ou compromisso,
passo receitas do bem-querer.
Acompanhando os rastros dos pés da criança na areia,
 que  só andava segura pela mão,
um ramo de cipó são joão por um machado era cortado,
cortava também o medo na marquinha  do pé no chão.

Dor de cabeça? tonteira?
 três brasas acesas num copo com água era entornado
 num pano sobre a moleira;
dizia-se que era sol e num instante ficava curado,
voltando o infante  para a  brincadeira.
Espinhela caída, vento virado? Media-se com barbante
 da cabeça à ponta do dedão
 e depois de três Aves-Marias, a dor sumia num instante,
acalmando o chorão.

Erva santa maria ou mentruz, há quem não acredita,
mas dentro de um certo tempo, tinham fim os parasitas.
Folha de beladona ou saião, quando aquecida, curava inflamação;
sua flor, linda e branquinha, deixava a pele lisinha.
Capim santo,  erva cidreira ou chá de estrada,  
 com um chazinho a criança era acalmada.
Três voltas ao redor da casa, quando a criança nascia,
no colo da mãe ou das tias, evitava o mal de sete dias.
Folhinha de mamona novinha, com azeite aquecido,
cobria o enorme furúnculo,  que não mais ficava doído.

 Para queimadura? cataplasma de vela derretida e fria,
demorava um pouco, mas era certa a cura um dia.
Gripe forte? peito cheio? com emplastro de fubá cozido e quentinho,
respirava  melhor o menininho.
Três galhinhos de arruda debaixo do travesseiro
levava embora o quebranto da criança linda e olhar matreiro
 que, por causa do mal olhado,
havia chorado o dia inteiro.


Com folhas de fumo curtidas na água canforada
banhava-se o ferimento adquirido todo dia;
picadas de insetos e arranhões
tinham sua assepsia.
Hortelã, poejo, marcelinha,
erva doce, quebra-pedra, manjericão,
arranha-gato, carqueja ou melissa
eram usados em banhos, macerados ou infusão.

É crendice, dizem alguns, bruxaria acham outros,   
mas a mãe pobre  sempre buscava  solução.
No seu quintal ou redondeza,  nativas ou cultivadas,
 achava ervas de montão.
Com fé  sem perder a alegria,
via crescer sua cria.
Crescemos fortes e sem trauma,
com algumas cicatrizes.
Mas reverenciamos dona Pina
e bendizemos nossas raízes.

Momentos de felicidade

Texto de Marizilda Sartori



Felicidade?

Medi-la como?

 Sem condições.

Apenas, descrevê-la.

É sentir logo de manhãzinha

o cheiro do café, do filaõzinho ainda quente,

o dia ensolarado,

a beleza das flores no quintal,

o canto dos pássaros.


É ser surpreendido pelo abraço

afetuoso do neto  primogênito

desejando bom dia 

e o despertar de mansinho

do caçula, ainda sonolento,

procurando aconchego.


Deparar, por vezes, com desenhos

pendurados  na porta da geladeira

deixados pelos meninos

na noite anterior,

lembrando uma cortina colorida.


Momentos de felicidade?

Sim, existem.

As mãos

Texto de Letícia Brunelli



Gosto de olhar as mãos ...

Todas elas me fascinam,

porque todas sem distinção

fazem gestos que alucinam.
 

Há as que falam ...

e as que silenciam ...

Há as que rezam ...

e as que acariciam.


Mas, prefiro entre elas,

as mais ágeis e precisas;

as que por Deus abençoadas

fazem obras nesta vida.
 

São sempre silenciosas,

nunca cantam seus talentos,

e a cada tarefa feita

se tornam mais caprichosas.
 

Veja as mãos do lavrador,

com as sementes delicadas,

faz a cova, afofa a terra,

rega, aduba e faz as podas.


Tiras as pragas, arranca o mato

não sente do espinho a dor ...

nem o sol que lhe castiga,

só para acolher a flor !

Um lugar poético


Texto de Terezinha Cattai



Há um lugar, um pequeno comércio,

uma mini-mercearia,

Um lugar simples, comum

mas único no mundo

porque para mim é especial, é poético.



Cada dia é único

com pessoas diferentes

pessoas que vem todos os dias

pessoas que vem pela primeira vez

pessoas que vem uma única vez

pessoas conhecidas pelo nome ou apelido

pessoas conhecidas pela história

de vida, de muitos anos ...



Um lugar onde se vende: paes,

doces, balas, ovos, velas, canetas,

 café, cartões e outras coisas.



Um lugar onde se encontra:

simpatia, alegria, amizades,

sorrisos, simplicidade, risos de

crianças, honestidade, confiança

dignidade, ética, respeito,

generosidade e amor ao próximo.



Um lugar onde se encontra

tudo o que não se compra

nem se vende,

por isso é valioso e único.



Esse lugar é poético,

Transcende o tempo, o espaço

que ocupa, o prédio com

os objetos.



Esse lugar me inspira o Bem,

alegra a minha vida, preenche

o meu coração com sua

Poesia tão simples, natural,

Verdadeira, delicada e bela.


Meu amanhecer


Texto de Maria do Carmo Messetti


Como é bom abrir a janela a sentir a brisa da manhã. Ao abrir contemplo o jardim que rodeia o apartamento.

Admiro as roseiras todas floridas, as orquídeas presas aos arbustos e várias plantas ornamentais.

Essa tranquilidade, essa contemplação me faz bem.

Ouço os pássaros voando de galho em galho, principalmente os beija-flores.

Para completar o dia, tenho um vizinho  maravilhoso. É o Pedrinho, garotinho de três anos. Quase todas as manhãs , ele vai me dar bom dia e gosta de brincar com pregador de roupas, fazendo trenzinho. É uma graça.

Enquanto cuido dos afazeres ele se diverte com estes apetrechos e as vezes ele canta as músicas que aprendeu na escola.

Sou a “vó terceirizada” dele e assim ele me deixa as manhãs alegre.

Temos que agradecer a pureza da natureza e a o encanto de uma criança  que me alegra.