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A OFICINA DE LEITURA E CRIAÇÃO LITERÁRIA
3A. IDADE CLARETIANAS FOI UM DOS PROJETOS SELECIONADOS PARA APRESENTAÇÃO NO III FÓRUM DO PLANO NACIONAL DO LIVRO E DA LEITURA E NO III SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE BIBLIOTECAS, EM AGOSTO DE 2010.

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Exercício Dilema Ético II

História de uma jovem química - Cleudinéia Zavarello

Marina, no ano em que se formou em química, ficou sabendo que uma grande indústria estava fazendo entrevista para contratação de novos funcionários. A indústria ficava a 180 Km da cidade em que morava desde que nascera.

Estava noiva de Paulo, que trabalhava como contador em uma pequena empresa. Planejavam o casamento para logo depois da formatura de Marina. Ele, assustado com a ideia da noiva ter de trabalhar em outra cidade, consegue não atrapalhar seus sonhos e, muito solícito, ofereceu-se para levá-la para fazer a entrevista.

Chegando à indústria, Paulo ficou impressionado com a estrutura da mesma. Observando tudo, viu um quadro de avisos que dizia: - Hoje entrevistas para Químicos e Contadores. Sem conseguir coordenar suas ideias , aproximou-se de Marina que estava no balcão preenchendo sua ficha. Quando a atendente, voltando-se para Paulo, perguntou : - Você também irá preencher a ficha para químico? Ele responde automaticamente que não, mas para contador.

Marina, sem entender, olhou para Paulo, que já foi apresentando seus documentos para preencher a ficha. E, assim, começou uma nova história destes dois jovens.

Foram contratados e após seis meses estavam casados. Felizes com o trabalho, se realizando como profissionais e satisfeitos com o salário que lhes proporcionava uma vida confortável.

Até que um dia, Marina notou o vazamento de um produto muito poluente e foi falar urgente com seu Diretor. Para decepção de Marina, ele lhe deu todas as explicações de que seria impossível conter tal vazamento, pois a indústria ficaria fechada por vários meses e o prejuízo seria fatal para falência da mesma.

Pediu a Marina que não comentasse sobre o ocorrido, nem mesmo com o marido, que ocupava um cargo importante no setor de contabilidade. Assim começou um dilema na vida de Marina, pois tinha noção que a contaminação deste vazamento seria muito prejudicial ao rio que ali passava.

Mesmo entendendo os muitos motivos que a indústria teria, não conseguia dormir tranquila. Pediu para marcar uma reunião com seus diretores e, mesmo sabendo que poderia por a indústria em risco, como também sua vida, pois sua família dependia do funcionamento desta indústria, disse em pauta registrada que não podia ficar alheia ao crime ambiental que estavam ocasionando.

Muitas vezes, tomarmos atitudes honestas significa perdermos. Será que seríamos capazes de uma atitude como a de Marina?

O grande dilema - Maria de Lourdes Santos Pinto

Esta é a história de um fato acontecido em minha vida. Da mulher que ajuda seu marido com seu ordenado no orçamento da casa, e dos seus três filhos, que, diariamente brincam no parque, onde há um riacho de águas despoluídas, onde nadam tranquilamente lindos patinhos.

Sou engenheira química, formada num conceituada Faculdade de Engenharia, localizzda no Município de São Bernardo do Campo. Trabalho em uma grande Fábrica de Produtos Químicos. Tive sorte, fiz entrevista e passei. Fui contratada com ótimo ordenado. Gosto muito do ambiente onde trabalho, meus colegas são gentis e educados.

Quase todos os empregados são eficientes e responsáveis, entretanto não ganham muito. Dois anos se passaram, eu estava satisfeita com meu trabalho e gostava da minha profissão.

Certo dia, estando em meu laboratório, fui informada por um dos meus funcionários que havia um vazamento de produto químico, deveras tóxico, num dos condutores. Fiquei preocupada e levei imediatamente ao conhecimento da Direção da Fábrica.

O Sr.Diretor tomou conhecimento e, passadas algumas horas chamou-me em sua sala; conversamos por alguns momentos, entretanto não fiquei satisfeita com resolução tomada.

O conserto da avaria seria feito, a despesa seria alta, por esta razão haveria um corte dos funcionários da minha secção. Não concordei, entretanto fiquei de dar uma resposta.

Eu me encontrava num dilema: ficaria na Fábrica e concordava com a resolução do Sr.Diretor, pensaria no meu ordenado, que ajudava no orçamento familiar, pensaria no prazer que meus filhos tinham em brincar no parque, num local de ar puro e sem poluição, ou deixaria meu cargo em solidariedade aos funcionários demitidos?

O lucro mensal da Fábrica era imenso, não haveria razão para dispensa dos empregados. Fiquei revoltada.

Complementando esta estória transcrevo dois pensamentos de Gandhi.

“Não há nenhum defeito naquele que procura a verdade, baseada em suas próprias luzes, é mesmo um dever de cada um de nós.”

“A verdade deve manifestar-se em nossos pensamentos, em nossas palavras, em nossas ações.”

Finalizando, caro leitor, deixo a solução deste dilema a seu critério.


Grande Golpe e Bela Decepção - Marizilda Sartori

Nascida em cidade pequena e do interior, família pobre, pais honestos e batalhadores, consegui com muita garra ingressar em uma faculdade pública no curso de engenharia agronômica.

Estando já para concluir o curso, no ano de 1968, os alunos tiveram uma grande surpresa: a direção da faculdade recebeu visita de alguns empresários, que, em parceria com a prefeitura local, estavam interessados em selecionar alunos e lhes dar oportunidade – um projeto relativo ao plantio de hortas, com o objetivo de abastecer escolas e creches do município.

A notícia surgiu como um estopim e a expectativa por parte da população era tamanha que por todos os cantos da cidade só se falava desse assunto.

Apareceram apenas três alunos interessados, dentre eles, eu. Agarramos essa oportunidade e o planejamento foi dando cada dia mais certo. Terra boa, mudas de procedência, esmero dos funcionários contribuíram para o êxito do empreendimento.

As hortaliças, tubérculos, etc., estavam cada dia mais produzindo e sendo distribuídos com fartura. Nosso entusiasmo era cada vez maior, e eu era quem mais vibrava pelo sucesso. Porém, uma notícia trazida por um dos funcionários responsáveis pela captação, armazenamento e distribuição da água para a “rega” caiu como bomba sobre nossas cabeças.

Confidenciou-nos ter notado que havia vazamento de um líquido de coloração estranha na base do reservatório de água. Procuramos verificar a veracidade da informação e, após várias tentativas, eu era desestimulada pelos meus dois amigos.

Muito preocupada, consegui sozinha colher material, mandar para análise, sendo surpreendida pelo resultado: grande concentração de produtos químicos, que pouco a pouco, causaria distúrbios nos consumidores.

A pior notícia é que com toda minha ingenuidade e até então inexperiência, não havia percebido que por trás desse grande golpe estavam meus dois amigos: um deles, sobrinho de um dos empresários e o outro, parente do Secretário de Abastecimento da Prefeitura, os quais estavam dando cobertura para essa sujeirada toda – experimentos de nova marca de fertilizantes, que, com toda certeza prejudicariam a saúde, principalmente de crianças inocentes.

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