Certificado

Certificado
Uma grande vitória poder divulgar o nosso projeto!
A OFICINA DE LEITURA E CRIAÇÃO LITERÁRIA
3A. IDADE CLARETIANAS FOI UM DOS PROJETOS SELECIONADOS PARA APRESENTAÇÃO NO III FÓRUM DO PLANO NACIONAL DO LIVRO E DA LEITURA E NO III SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE BIBLIOTECAS, EM AGOSTO DE 2010.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Festa de Encerramento

Eis algumas fotos dos alunos, tiradas no dia da confraternização de fim de ano.

Da esq. p/dir.:  Letícia Brunelli, Alice Ferreira, D. Dalva,
D.  Silvia, Vera (que merece nosso especial abraço,
pois digita todos os textos do blog).
Sentadas, da esq.p/dir.: D. Mariângela e Dra. Licia.




Dentre as que ainda não foram citadas: D. Maria do Carmo
(a 1a. à esq); Cidinha (a 2a à esq.); D. Maria de Lourdes
(de vestido listrado) e D. Rose (de preto)


Nessa foto aparece nosso querido Sr. Anésio, que nos
deixou, em janeiro, partindo pra paisagens mais amenas.
Grande saudade...

Oficinas outubro/novembro


Na foto, as queridas alunas e amigas:
D. Dalva,Terezinha, D. Silvia, D. Elisinha
e D. Zilda (em pé, da esq. pra direita).
D. Mariângela e Dra. Licia (sentadas, esq. p/dir)


Entre outubro e novembro tivemos vários feriados que coincidiram com as datas das oficinas. Mas conseguimos terminar de estudar sobre o Romantismo. O exercício proposto foi a redação de uma carta, uma declaração de amor, um poema, cuja temática deveria primar pelas características dos textos da Escola Romântica. Os resultados, sempre de qualidade, estão transcritos nas postagens que se seguem.

Declaração de amor ao cinema

Texto de Terezinha Cattai

Em breve.

Saudade

Poema de Letícia DelBel Brunelli


Parece que o ar é insuficiente,

que o céu está sempre nublado,

e que o sol nunca aquece.

As flores não desabrocham

E as folhas estão todas murchas ...


Meu coração dispara ao mais leve ruído,

como se o medo nunca me deixasse.

Medo? Medo de que?

pergunta alguém á margem do crepúsculo.

Medo de me sentir sózinha,

Medo de ficar sózinha

Medo de que não voltes mais !


Agora meu coração ressona leve, leve.

Mas logo estremece e se pôe a chorar.

Saudade? Saudade de quem?

pergunta o mesmo alguém de alma fria.

Saudade de quem partiu ...

Saudade de quem vai voltar ...

Saudade de quem mora dentro de mim.


Volta, que o medo termina;

e a saudade foge depressa,

promete não voltar.

Volta, que eu tenho carinhos,

que eu tenho ternura, para lhe ofertar !

A eterna procura - Uma carta de amor

Texto de Geni Bizzo

Saudade imensa...


Onde anda você? Em vão a procuro nas minhas incansáveis rondas pela cidade grande, caminhando por entre os archotes modorrentos na fria madrugada do outono que se prolonga.

O pisca-pisca do neon embaralha minha visão, cansada das noites insones. Percorro as ruas e becos que não dormem... Observo olhares ainda cheios de malícia e de desejo, na maquiagem exageradamente carregada das mulheres que terminam seus turnos. Vejo homens, paletós nos braços, com o cigarro entre os dedos amarelados pela nicotina que impregna a pele; mais adiante encontro o transformista que, vencido pelo cansaço da noite longa e exaustiva, vai-se desfazendo da montaria antes mesmo de chegar ao carro... Mas nada, nem sombra de sua silhueta, aquela que trago na lembrança e que teima em me torturar.

E eu continuo na maratona incansável à sua procura. Nos caminhos e descaminhos enfileiram-se arranha-céus e mansões com jardins bem cuidados, contrastando com favelas superpovoadas, a exibir a miséria colorida. O vaivém das deselegantes meninas e madames com trajes impecáveis, trânsito desordenado, ambulantes que gritam os seus produtos, pobres miseráveis mendigando pão, nada me é indiferente. Resta a esperança, que insiste em não morrer. Quem sabe em algum olhar a encontro.

Não a vejo nem mesmo nas choupanas distantes, onde pequerruchos seminus e barrigudinhos, donzelas de olhos brilhantes e já cheios de malícia, homens e mulheres nas portas com seus radinhos de pilha influenciados pelos efeitos da globalização vivem suas miseráveis vidas... Inútil. Não poderia encontrá-la logo ali, onde a beleza da paisagem é sufocada pela ambição do ser humano.

Vencida pelo cansaço e pelo sono, sonho com o tempo em que compartilhávamos nossas fantasias. Saudade. — Você se lembra das nossas caminhadas pelo milharal dourado, do perfume doce das espigas maduras? E das trepadeiras de buchas, matérias- primas para nossos exércitos na luta contra o mal, você na garupa do alazão que eu cuidadosamente fizera para nossos longos passeios?

Não... Você não pode ter-se esquecido do clarão da lua cheia – Dama da Noite –, quando observávamos o bailado das estrelas cadentes, nem do grande queijo comido pelo ratão do banhado, no quarto minguante. Impossível esquecer os dias quentes e ensolarados, quando nuvens de algodão, em seus movimentos constantes, formavam lindos castelos onde iríamos morar um dia? Como não lembrar-se das viagens à praia e de nossos folguedos, rolando sem censura na areia beijada pelas rendas de espuma da água fria a sufocar nossos desejos?

Lembra-se?

Ah! Onde foi que nos perdemos? Onde anda você, INOCÊNCIA?

Volta para mim. Volta para esta alma indefesa e frágil, que sofre com sua ausência diante deste conturbado mundo.

Faça-me voltar ao tempo em que andávamos juntas...

Queridas Criaturas - Rose Bobbo




Gratidão (Maria Helena)

Carta para José

Texto de Silvia Galvani

Caríssimo José


Seu livro entrou em minha casa, pelas mãos da querida amiga Iára. Que presente maravilhoso! Estou lisonjeada com tamanha delicadeza : o livro e sua amizade.

Entre tantas outras crônicas belíssimas, “A Rua Sete”, em especial trouxe-me de volta o passado. Carlos Drumond de Andrade recomendava que, antes de escrever os poemas é preciso conviver com eles. “A Rua Sete” descrita assim com tanta fidelidade e beleza literária – mesmo os que pouco ou nada a conheceram – poderão vislumbrar tudo o que nela se observou, guardou para depois ser revestido de palavras, como só os verdadeiros poetas sabem fazer. Foi através dessa crônica que pude “entrar” uma vez mais, nas escolas onde estudei : Joaquim Salles, Puríssimo, Ribeiro.

Tenho um carinho especial pela rua sete, pois nasci, cresci e ainda resido , porém, você me fez enxergar as belezas escondidas nos” históricos casarões e árvores centenárias”. Pude sentir os cheiros noturnos vindos dos “amplos jardins das casas da rua 7”.

Meu carinhoso abraço e muito obrigada.

Querida Música!

Texto de Adelaide Dalva Garbuio

Recordando uma coisa fantástica que é você (a música) vou escrever algo que possa deixar alguém feliz!


Os homens primitivos foram descobrindo os sons e ao juntá-los, formaram melodias agradáveis aos nossos ouvidos. Foram aprimorando e os mestres da música conseguiram os mais lindos acordes das imortais melodias.

Com a música, eu consigo dentro do coração, as notas primorosas para os meus ouvidos. Os acordes são a infinita magia para todos os seres. Nós levam a sonhar, a imaginar, a amar ...

E eu amo a música. Ela me eleva, transmite poesia e me dá fôrças para o meu dia.A música me faz viver. É um dom que recebemos de Deus e que devemos colocar em prática para alegrar nossos semelhantes.

Minha Nona querida! Exercício Romantismo

Texto da Dra. Licia Monaco Perin


Senti necessidade de escrever-lhe, colocar no papel e fazê-la saber o quanto eu a amo, ainda hoje.


Quero dizer-lhe querida avó que o tempo não apagou sua lembrança, ao contrário, conseguiu filtrar nossos momentos mais deliciosos e felizes, restando para mim tanta ternura, tanta emoção que ainda me emociono ao me recordar deste passado...

Desde menina tive a sorte de contar com sua presença tão cheia de sabedoria, inculcada de preciosas recordações, fatos que moldaram para sempre minha vida. Lembra, Nona, de nossas conversas ao lado do tacho de cobre q ue aquecido num tripé, derretia banha; do porco que era transformado em lingüiça, toucinho defumado; e as varinhas de bambu colocadas no fogo com pedacinhos de carne e sal : delícia! O café da fazenda torrado em grande torradeira, as “caixetas” de goiabada guardadas na adega, com grandes queijos e corotes de vinho importados; o vinho de laranja ... E as receitas típicas de sua região : o “tortelli” nadando no molho de tomate, o “capeletti in brodo” que enriqueciam as festas natalinas e as de seu aniversário (30 de agosto) onde toda a família se reunia? Mas o melhor eram nossas conversas sobre sua vida na Itália.A morte de sua mãe, a pobreza, as obrigações de família, seu pai viúvo ...Seu orgulho por ter sido crismada pelo Bispo Sarto, seu conterrâneo e hoje Santo Papa Pio X. Sua chegada ao Brasil, vindo para uma fazenda de café em Souzas (Campinas). Sua lembrança da Abolição dos Escravos no Brasil. Seu serviço como ajudante de cozinha e engomadeira dos Camargos, donos da propriedade. Seu namoro com o Nono. O s bilhetes mandados nas marmitas que ele distribuía diáriamente entre os italianos fixados nesta nova terra...

Nossas “aulas” de tricô : eu canhota, você vencedora de torneio desse artesanato na sua cidadezinha ! Quanta paciência ! E nossas “viagens” para a fazenda de Graúna? Tão perto e você levava lanche ...

Quantas vezes a vi chorar ao lembrar a morte do Nono, que eu conheci tão pouco, mas que me legou todo amor que sinto pelas coisas da natureza. Quantas vezes fomos ao Excelsior, nos aniversários da nossa cidade, ver o filme do Centenário, onde aparecia o Nono Aristides...

Onde você encontra energia para uma vida tão intensa? Teve 12 filhos, só perdeu um em acidente; criou 3 sobrinhos; sua casa abrigava um verdadeiro clã : seu pai, os sogros, um tio mais velho, irmãos, cunhados ...

Dentro, bem no fundo de seus olhos azuis, vislumbro sempre somente vida e esperança, em suas mãos, a busca constante do trabalho que dignifica e de sua boca a palavra confortadora e plena de paz !

Por tudo isso, e muito mais, eu me pergunto e também lhe pergunto : você se foi? Como, se ainda a sinto tão viva e presente em minha vida; se eu me norteio ainda nos exemplos que guardei, mais que em minha mente, no meu coração e na minha alma.

“Te amo” Nona querida. Continua, fica comigo para sempre que o amor eterno não é medido pelo tempo e eu a sinto ao meu lado, a cada dia, a cada hora que vivo.Um grande beijo da neta Lícia