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Uma grande vitória poder divulgar o nosso projeto!
A OFICINA DE LEITURA E CRIAÇÃO LITERÁRIA
3A. IDADE CLARETIANAS FOI UM DOS PROJETOS SELECIONADOS PARA APRESENTAÇÃO NO III FÓRUM DO PLANO NACIONAL DO LIVRO E DA LEITURA E NO III SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE BIBLIOTECAS, EM AGOSTO DE 2010.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Árvore das Palavras - Introdução






Em novembro, estudamos algumas coisas sobre a potência das palavras, discutindo como elas se infiltram em nossa vida, podem nos fazer viver e podem nos matar; são pharmakon, do grego, remédio e veneno. Trabalhamos com o belo poema de Cecília Meireles, do qual transcrevemos um fragmento: "Ai, palavras, ai, palavras, que estranha potência a vossa! Todo o sentido da vida principia à vossa porta; o mel do amor cristaliza seu perfume em vossa rosa; sois o sonho e sois a audácia, calúnia, fúria, derrota..." Na aula seguinte, realizamos uma dinâmica: os alunos colocaram numa "lata de palavras", aquelas que desempenharam um papel importante em suas vivências; palavras tão potentes que ressignificaram e orientaram a suas vidas. Depois, cada qual retirou uma palavra da lata e expôs suas ideias sobre o conceito embutido nelas. Cada um deles falou sobre a palavra retirada, ou sobre o papel em branco, que também foi adicionado à lata, pois a vida é feita de "silêncio e som". Em seguida, falaram sobre sua própria palavra. Na próxima etapa da dinâmica, eles trouxeram os textos escritos, tendo como tema central a palavra escolhida. Leiam nas próximas postagens os textos dos alunos.

Árvore das Palavras - I


A força das palavras - Geni D. Bizzo

O sorriso muito branco que vemos nos rostinhos com cabelos encaracolados, lisos, crespos, loiros, castanhos, negros, muito compridos, curtos, com tranças, rastafári que se movimentam esbanjando saúde brincando nos pátios das escolas, creches, quintais, playgrounds, e até mesmo nos minúsculos apês e cortiços, nos mostra crianças felizes que não se importam com a condição social nem financeira (embora uma coisa sempre esteja ligada à outra).

Mas essa ligação eles ainda não percebem. Para eles, o que importa é o mundo do faz de conta.”Agora eu era o herói e o meu cavalo só falava inglês...” Para eles, não existe compromisso. As amizades surgem espontaneamente. As afinidades aparecem... E não raro oferecem oportunidades para brotar o amor. “... vem, me dê a mão a gente agora já não tinha medo...”

Ah! Mas como passa rápido esse tempo. Corre célere driblando aqueles que nunca têm tempo, nem paciência, para perceber a beleza davida.

A mudança é inevitável.A infância fica para trás e nova fase chega. Fase linda, mas conturbada. Desejos, ansiedade, o corpo se modifica sem que se tenha o entendimento preciso do que está acontecendo. Lágrimas escondidas, revoltas (não se sabe bem por quê), espinhas, menstruação. A cabeça cheia de perguntas sem respostas. Mas o sonho, este sim, continua no mundo do faz de conta... ”finja que agora eu era o seu brinquedo, eu era o seu pião, seu bicho preferido”...” e você era a princesa que eu fiz coroar e era tão linda de se admirar que andava nua pelo meu país...”

Quantos sonhos! A esperança povoa esses sonhos no silêncio de refúgios mil. E nessa confusão de sentimentos, o compromisso édeixado de lado. Até mesmo os afazeres da escola são negligenciados. Os pais, confusos, perdem a paciência e a paz. Veem-se perdidos. Buscam socorro nos especialistas e nas casas de orações. A fase deles já passou e eles já não sonham mais. Exigem respeito,que não cultivaram , e entram em pane.

O compromisso do jovem é viver a vida. ”Agora eu era o rei era o bedel era também juiz e pela minha lei a gente era obrigado a ser feliz. Sim: ser feliz. E pronto!

Mas o tempo, implacável, não deixa por menos, e não tem perdão: a maturidade chega. ”Agora era fatal, que o faz de conta terminasse assim. Prá lá desse quintal era uma noite que não tem mais fim...” E a noite longa mostra que os sonhos são outros, o mundo do faz de conta se apresenta cheio de responsabilidades. É a profissão, o trabalho, a luta por um lugar ao sol. São os filhos... e dá-lhecompromisso. O compromisso, que era ser feliz, agora é com a sobrevivência.

Mas, paradoxalmente, num mundo onde imperam a desigualdade, os vícios e a delinquência, sonha-se, felizmente ainda, com aesperança, a paz, o companheirismo e a solidariedade entre as pessoas.

Sonha-se com o despertar das consciências. Para um compromisso maior que é ser e fazer os outros felizes. A frase de Margaret Med expressa muito bem esse pensamento.:

“Nunca duvide que um grupo de cidadãos comprometidos e preocupados possa mudar o mundo; na verdade, esta é a única forma de mudança que pode dar certa”.

Sonhando e trabalhando muito, unindo forças, caminhamos confiantes num futuro melhor, “... no tempo da maldade acho que a gente nem tinha nascido.”

(Obs.: A Geni criou um texto utilizando todas as palavras da nossa dinâmica).


Em defesa do amor - Leticia D. Brunelli

Dizem por ai, que o AMOR não é mais o mesmo !

Nos dias atuais,a palavra AMOR está banalizada, descaracterizada, comercializada. É um clichê !

Até estão satirizando que o amor é uma florzinha roxa que nasce no coração dos trouxas.

Já na poesia é um vocábulo de rima pobre. Rima com dor, suor, horror, terror, credor ! Mas também rima com flor, cor, fervor, ardor, calor ...

Que seria do jardim sem flor?

E do céu sem cor?

Haveria fé sem fervor?

E como a luta seria sem ardor?

Nosso planeta não seria o mesmo sem calor.

Já que o AMOR foi posto nos bancos dos réus, gostaria de ser eu uma testemunha de defesa juramentada.

A fim de ponderar sobre esta minha escolha , fui me informar. Buscando no dicionário encontrei.

“AMOR: sentimento que nos faz desejar o bem de outrem, sentimento de dedicação absoluta de um ser a outro. Devoção, adoração. Inclinação forte por pessoa de outro sexo; afeição, amizade, carinho, simpatia e ternura, zelo, cuidado.”

Será que o que tenho a dizer virá em favor desta definição?

Tomo coragem! Meu depoimento vai começar.

Nasci primeira neta de ambos os lados. Fui filha única até os oito anos, quando nasceu minha irmã.

Morávamos pegado da minha avó materna, que por sua vez era vizinha da minha outra avó.

Cresci no meio de adultos (avós, tios e tias solteiros). Minha infância foi maravilhosa. Eu era mimada ... e muito amada.

Nas aulas de catecismo (que duravam quatro anos, naquela época), aprendi que os mandamentos se resumiam em:

“Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo.”

Fiz ginásio em colégio de freiras e lia textos belíssimos, como a carta de São Paulo aos Coríntios(13,1-8) que começa assim:

“Ainda que falasse línguas,

as dos homens e dos anjos,

se eu não tivesse o amor,

seria como sino ruidoso

ou como címbalo estridente.

Ainda que eu tivesse o dom

da profecia

o conhecimento de

todos os mistérios

e de toda a ciência;

ainda que tivesse toda a fé

a ponto de transportar

montanhas

se não tivesse amor

eu não seria nada.”

Fui catequista durante um tempo e devo ter repetido as palavras de Jesus:

“Amai-vos uns aos outros com Eu vos amei.”

Na juventude me emocionei quando li o “Pequeno Príncipe”. Quem não se lembra de frase como: “Só se vê bem com os olhos do coração, o essencial é invisível para os olhos.”; “Você fica responsável por aquilo que cativa.”

Tempos atrás, numa loja, escutei uma então jovem-senhora, comentar:

- “Passou a época do Pequeno Príncipe. “Aquilo” é conto da carochinha!”

Foi um simples desabafo em sua infelicidade. Passado alguns anos, seu filho tragicamente tira a vida do próprio pai !

Quando estava com vinte anos, me apaixonei por aquele que me acompanha até hoje.

Como poderia me manter enamorada após 42 anos, pela mesma pessoa, se não acreditasse no Amor?

Depois vieram os filhos e mais tarde os netos ... e trouxeram mais Amor, para nossas vidas !

Agora posso afirmar que em toda a minha vida:

Sempre o meu jardim teve muita flor ... olhando o céu, agradeci sua linda cor ... cultivei minha fé com todo fervor ... lutei minhas batalhas sempre com ardor ... e gosto da minha terra com muito calor ! Não imagino minha vida sem AMOR !

Finalizo minha fala, citando Camilo Castelo Branco :

“O AMOR é uma LUZ que não deixa escurecer a VIDA.”


Qual é o peso de cada palavra? - Teresa Moresco

Não fiz curso de português, por isso, me sinto muito frustrada, mas quando paramos um minuto para pensar nas palavras que ouvimos diariamente, percebemos que, de acordo com o contexto, elas tem um peso e um sentido.

Quando a mamãe, brincando com seu bebê o chama de “Tchutchuquinha” apertando sua bochecha, a criança entende que está sendo carregada de ternura, carinho, amor.

Ao contrário, se a mãe chamar a criança de “pirralho” o menino já sabe que está sendo tratado com rancor.

Há palavras doces como (benzinho), amargas (feia, velha), leves (pássaro), palavras pláticas (ondas), palavras tristes (saudade), e por ai vai..

As palavras que dão sobrenomes às pessoas também têm sua história. Por exemplo, na Itália, grande parte dos sobrenomes ou nomes atribuídos às pessoas, faziam uma referência a um característica particular da família ou do lugar onde viviam.

Só para exemplificar, vou tomar a liberdade de citar nomes de descendentes italianos que moram em Rio Claro. Conhecemos famílias cujo sobrtenome é Fontana Fontenete.

Segundo um texto que li no Diário do Rio Claro, escrito por um dos filhos da família, os antepassados moravam perto de uma pequena fonte, que ele tinha ido conhecer na Itália.

Já na minha família, tinha muitos primos cujo sobrenome era “Brancalhones”. cujas características físicas eram ser brancos de pele, cabelos claros, olhos azuis; tudo muito claro.

Às vezes me pergunto: qual teria sido o critério para nomear as coisas? E ai vou pensando nas palavras. Libélula, logo me vem à mente algo leve, esvoaçante. Ao contrário de elefante, lembra algo pesado, lento, espaçoso, monótono.

Divagando ainda mais sobre o peso de cada palavra, lembro-me de uma senhora, moradora de um apartamento próximo a uma favela . Todo dia filmava a ação dos traficantes empunhando armas de grosso calibre, lutando pela conquista dos seus territórios sobre as favelas.

Tudo isto me trouxe à lembrança a palavra consciência. Na luta pelo dinheiro, “para levar vantagem em tudo “, passa-se por cima de todas as palavras que dão sentido à vida, tais como: respeito, dignidade, amor, compaixão, solidariedade, etc...

Se tomarmos essas mesmas palavras para passar em revista todas as nossas instituições, desde a igreja até o Planalto Central (Brasília), notamos que realmente o nosso vocabulário, empobreceu, porque muitas das mais belas palavras que formavam os valores da sociedade, estão ausentes, principalmente a palavra consciência.


Árvore das Palavras - II

Atenção Dividida - Silvia Galvani


Um jovem foi chamado para uma entrevista a uma possível vaga numa importante empresa. Enquanto aguardava a vez, rabiscava numa folha de papel que trazia nas mãos e, logo em seguida, amassando-o, ficou com ele pois não viu, ou melhor, não enxergou, onde poderia jogá-lo.

Depois de longo tempo de espera, finalmente aparece alguém que notando seu desejo de se desfazer daquele papel amassado, aponta o cesto de lixo num canto da sala limpa e organizada e lhe diz:

- Para esta possível vaga, preciso de pessoa que esteja sempre atenta. Se durante todo o tempo em que esteve aqui não notou o cesto, naõ poderá trabalhar aqui.

Esta história serviu para ilustrar uma aula da qual participei há muito tempo atrás, sobre a importância da atenção que devemos ter para com tudo ao nosso redor e mais ainda para com as pessoas.

Nos dias atuais a vida parece cada vez mais agitada. Muitos fazem tudo ao mesmo tempo : pessoas apressadas no trânsito, falam ao celular. Nos supermercados compram como se as lojas fossem fechar a qualquer instante. Quase nunca prestam atenção naquilo que estão fazendo. São do tipo multitarefas e até se orgulham da capacidade de fazer milhões de coisas ao mesmo tempo.

O ser humano anda ocupado demais com o que é passageiro, não dá importância devida ao que vem do coração. Em Hong Kong, por exemplo, é comum segurar com as duas mãos, quando entregar algo a alguém. Usar uma só das mãos, é considerado descortês.

Parece fácil agir desta maneira, mas não é. Para isso , teria que parar com várias tarefas e dar atenção a uma só.

Essa prática cultural nos ensina a maneira de como tratar as pessoas, pois ela reflete o jeito de como tratamos a Deus.


Paz - José Batista Amador

A minha palavra preferida é PAZ.

Eu fico imaginando, quantas vezes é pronunciada a palavra PAZ , diariamente, no universo.

Nós temos necessidade de PAZ, onde quer que estejamos. Seja na família, no trabalho, na escola, na religião e em qualquer lugar do mundo, tem que haver PAZ.

Vejamos o quanto somos felizes quando estamos em PAZ conosco mesmos. Algumas frases bem comuns em nosso dia a dia ilustram isso:

Tenha Paz.

Fique em Paz.

Vá em Paz.

Muita Paz.

Você precisa ter Paz.

Descanse em Paz.

E a Paz esteja com vocês.

Pela Paz do mundo.

Entre outras ...

Seria maravilhoso que nós, seres humanos, habitantes da Terra, nunca utilizássemos a palavra PAZ, para justificar as atrocidades cometidas em nome dela.

Hoje, dez de novembro, de dois mil e nove, minha mulher Geni, entra para o meu time: dos sexagenários.

Desejo a ela muita saúde e a palavra mais repetida neste texto: PAZ.


Mudança & Paciência - Alice Ferreira

Elas estão instaladas contextualmente em nossas vidas, queiramos ou não. Quando jovens ou mais experientes. E como é difícil exercitá-las e estar sempre aberta , quando há personalidade ansiosa. Neste contexto estou inclusa literalmente.

Sinto que ambas são parceiras, porque uma existe para transformar muitas vezes radicalmente nossa vida (mudança) e a outra é a grande aprendizagem (paciência), acho que é o sentimento mais nobre de nossa espécie.

Mudança: Palavra forte, às vezes positiva, ou não. Ela nos transmite uma diversidade de sentimentos como: tristeza, alegria, insatisfação, espera, medo pelo desconhecido, insegurança, prosperidade, expectativas e muitos outros.

Mudança: de valores, de casa, de endereço, de móveis (essa é a que mais gosto), de físico ( limitações do corpo e mente), do grande vilão, o “emocional”, de atitudes, e assim por diante.

Para ilustrar esta minha reflexão, eu tive dois momentos muito significativos de mudança X paciência em minha vida.

Na década de 75, quando terminei a Faculdade, com cara e coragem, iniciei minha vida profissional em outro Estado, sem nunca ter tido a experiência de viajar sozinha, nem tão pouco estar longe da proteção familiar.

O outro momento está sendo agora, na idade mais madura, com diferencial, aposentada e tendo que aprender a morar sozinha.

Avaliando os dois momentos de mudanças, os sentimentos são os mesmos, sendo que um é mais sofrido que o outro, dada a falta dos entes mais queridos da família.

Obs.: Dividi minha angústia com todos, quanto ao descaso e desrespeito da Telefônica. O telefone, após um mês de espera, está funcionando. Perdi a paciência. Entrei com processo através do PROCON e, em 24 horas foi ativado.

É sempre na pressão que temos algumas mudanças.


Solidariedade - Maria Inês M. Filier

Podemos ser solidários com os mais diferentes grupos sociais: entidades sociais, amigos, conhecidos, vizinhos, familiares, nossos entes queridos, aqueles que estão bem pertinho de nós, que fazem parte do nosso dia a dia e até com aqueles que estão em outros países mais longínquos; das mais diferentes formas: ajudando monetariamente, físicamente, psicológicamente, com fraternal abraço que tantos males curam, um simples olhar; quanta gente procura um olhar na multidão e não encontra nada, um sorriso, um BOM DIA! Um elogio, uma crítica positiva, uma palavra de incentivo, um telefonema, um e-mail, um bilhetinho.

E por falar em bilhetinhos, tinha um amigo meu que toda vez que viajava para trabalhar e tinha de ficar algum tempo fora de casa, quando ele ia pegar uma peça de roupa em sua mala, encontrava um bilhetinho de sua querida filhinha, que além de ser especial, porque era sua filha, ela tinha Síndrome de Down, e os bilhetinhos muito o emocionavam e o ajudavma a suportar a ausência da família.

Podemos ser solidários sem nada fazer, só a presença da pessoa já diz muito, pois lembro-me quando meu pai morreu, , um querido amigo nosso, padre, se colocou ao nosso lado , não disse nada mas só o fato de estar ali, muitíssimo nos ajudou.

Existem situações que temos que agir, de falar, mas em outras ocasiões mil palavras não resolvem o problema, então o silêncio diz tudo; em compensação, tem hora na vida que uma palavrinha resolve tudo: MARIA mãe de JESUS, com um simples SIM, salvou a humanidade.

Temos de praticar a solidariedade em nosso dia a dia, prestando atenção nas pequenas coisas, naquelas que parecem tão insignificantes, nos nossos menores gestos, nos esforçando para darmos o melhor de nós a todos que de nós se aproximarem , todo ser humano por melhor que seja sempre precisa do outro e por menos que possamos dar a todos, temos condições de oferecer algo de bom a alguém.




Árvore das palavras - III

Amor - Adelaide Dalva T. Garbuio

A palavra mais linda que vivemos é o amor, que acontece dentro de nós e está em tudo o que vivemos.

O amor é palavra que ressoa dentro de nós por toda a vida. Saí da casa de meus pais e fui viver com meu marido. Fui muito feliz, porque através de nossa caminhada juntos, com muito amor, formamos uma bela família. O nascimento dos nossos filhos foram as dádivas que Deus nos deu, o primeiro Cláudio Renato, depois a Claudete, Claudinéia e Claudia Regina.

A nossa caminhada foi grande, mas hoje estamos felizes. Por isso, mais uma vez, posso dizer que a nossa grande felicidade é sempre estar recordando o que recebemos na nossa vida, digo, filhas e filho e depois os netos, que são a alegria de nossas vidas.

O que escrevi é real, formamos uma família, com dignidade. Passamos para todos que compartilham junto a nós esta vivência, para que sejam felizes como nós fomos e somos.

A grande graça é caminharmos com Deus e Maria que vivem dentro de nós, isso é Amor!

À professora Sandra, nossa mestra querida!


Perdão - Rosemarie B. G. Bobbo

Desculpar é humano. Perdoar é divino !

Na Bíblia Sagrada existe a palavra PERDOAR e PERDÃO, 79 vezes, vemos só por ai, o quão importante ela é.

No salmo 25 versículos 11 e 18, que foi escrito pelo 2. Rei de Israel, Davi, que viveu mil anos antes de Jesus Cristo, se lê:

Por causa do teu nome, SENHOR, perdoa a minha iniqüidade que é grande.

Considera as aminha aflições e o meu sofrimento e perdoa todos os meus

Pecados!”

No salmo 32, também de Davi, lemos:

Bem aventurado aquele cuja iniqüidade é perdoada e cujo pecado é encoberto”

E o salmo 78 nos diz:

“Ele porém, que é misericordioso, perdoa a iniqüidade e não destroe; antes

desvia a sua ira e não dá largas á sua indignação.”

E no salmo 103, Davi nos diz ainda:

“Ele é que perdoa todas as tuas iniqüidades e que sara todas as tuas enfermidades.”

E em Mateus 6, lereis:

“Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai Celeste vos perdoará”.

“Se porém, não perdoardes aos homens (as suas ofensas contra vós) tampouco vosso Pai Celeste vos perdoará as vossas.”

Em I João se lê:

Se confessarmos os nossos pecados, ELE é fiel e justo para nos perdoar e nos purificar de toda injustiça.”

E, em Mateus, capítulo 12, lemos algo de suma importância:

“Por isso vos digo. Todo o pecado é blasfêmia. Serão perdoados aos homens (se realmente se arrependerem e pedirem perdão á Jesus Cristo, Filho de Deus, o qual por nós morreu na cruz) mas... a blasfêmia contra o Espírito Santo, jamais será perdoada”.

As palavras ESPÍRITO SANTO, estão na Bíblia Sagrada 170 vezes:

Com o Ser Humano acontece o seguinte:

A pessoa que não é realmente cristã, tem somente uma natureza: a Adâmica, quando vem a tentação ele cai nela e lhe obedece direitinho.

O cristão convertido á Deus e á seu Filho Jesus Cristo, tem duas naturezas, a Adâmica que permance e a Cristã.

Portanto, ele tem a opção de não obedecer quando as tentações aparecerem.. Ele não cai mais??? Cai sim, mas só as vezes e então corre para Cristo e arrependido, pede perdão.

Deus não é DITADOR ...obedecer-lhe ou não, é opção nossa. Só que. Quando realmente CREMOS ... o Espírito Santo nos alerta ... CUIDADO ...


Sorriso - Contribuição de Maria Inês Dominiquini

Um sorriso não custa nada e produz muito. Enriquece quem o recebe, sem empobrecer quem o dá.

Ninguém é tão rico que não precise dele e ninguém é tão pobre, que não possa oferecer um sorriso. Dá repouso ao cansaço e ao desanimado, renova a coragem e é consolação na tristeza.

Ninguém necessita mais de um sorriso do que aquele que não sabe sorrir.


Respeito - Cleudnéia Zavarello

Respeito é uma atitude que procuro praticar todos os dias. Acho o respeito muito importante, tanto para praticarmos com todas as pessoas e em tudo que usamos, como que tenham com a gente e com nossas coisas.

É muito deselegante quando não respeitam as pessoas, animais, praças, telefone público, ruas, escolas. Na família, acho o respeito mais forte que o amor, pois na minha opinião, o amor não mantém uma relação e o respeito sim.

Se o ser humano respeitasse mais um ao outro, não teríamos necessidade de tantas leis. Tudo na vida tem que ser trabalhado em nós. A luta é a mesma para se respeitar ou ser respeitado; esta relação é necessária para vivermos felizes e em paz.

Exclusão - Parte III


Exclusão: uma lembrança - Geni D. Bizzo

Minha infância, foi, eu diria, igual à de toda criança pobre da periferia do interior: pés descalços, perebas, dorsos nus, roupas rotas, conjuntivite, piolhos e tantas outras características que marcam essa fase cheia de surpresas, de descobertas. Os brinquedos eram de fabricação própria, cuja matéria-prima eram as quinquilharias que juntávamos com muita alegria. Não havia luz elétrica nem água encanada, mas sobrava criatividade nas cabecinhas cheias de sonhos.

São infinitas as cenas que memória insiste em trazer à baila, como que a brincar com nossa imaginação. Uma em especial vem à baila, na frente das outras, como que a dizer: sou eu! sou eu! Talvez seja porque Casimiro de Abriu tenha a ver com a história. Está lá, em seu poema “oito anos”:

..”Naqueles tempos ditosos

Ia colher as pitangas,

Trepava a tirar as mangas,

Brincava à beira do mar;

Rezava as Aves Marias...”

Pois é. Foi numa reza que tudo começou. Explico. Tinha eu meus oito anos e, como meus pais, ia à missa todos os domingos, ao catecismo, às procissões e a todas as atividades que a igreja proporcionava. Aproximava-se o dia de uma procissão especial, em que Nossa Senhora seria coroada. A catequista solicitou que todas as meninas que tivessem vestidos azuis ou brancos dessem seus nomes para comporem o cortejo que envolvia o andor.

Eu e minha irmã tínhamos. Vestidinhos de algodão muito simples, mas das cores pedidas.Demos nossos nomes, todas contentes. Chegou o dia esperado. Lá fomos nós, orgulhosas e felizes em nossos vestidos. Mas alegria de pobre dura pouco, diz o ditado. Havia muitas meninas lindas em seus vestidos de organdi suíço cheios de babados e fitas largas. Combinavam com o tecido que pendia do andor. E lhe davam um glamour todo especial. E fomos colocadas no final da fila, para não macular a imagem da santa.

Mesmo em nossa inocência, sentimo-nos excluídas. Não pela pobreza que ostentávamos, mas por termos sido afastadas da santa de nossa devoção, por ficarmos impedidas de sentir a emoção de caminhar a seu lado. Não lembro bem a intensidade do que sentimos na hora. Mas deve ter sido doído demais, para o fato ficar marcado em minha memória até hoje. É... a memória brinca e machuca.

Nesses longos anos aprendi muito. Como, aliás, continuo aprendendo. Mas é difícil entender certas coisas. Nunca se falou tanto em “exclusão” como agora. É a palavra da moda. Muitos vão às ruas, a defender ideias e causas de que pouco sabem ou que nada conhecem. Saem em defesa dos excluídos, das minorias mil, dos SEM TUDO...

Para mim, excluir significa essencialmente afastar, desviar, eliminar, lançar fora, pôr à margem, privar. Por isso, penso: e se deixássemos de lado esses modismos e falássemos, ou melhor, lutássemos mais para lançar fora o egoísmo, o preconceito, o desprezo pelas ideias que não são suas, pelos sentimentos dos outros, por inferiores que pareçam?

E se trabalhássemos para extirpar o desrespeito pelo trabalho dos outros, pelo patrimônio público, pelo país de um modo geral?

E se lutássemos para incluir nossas crianças e jovens num mundo melhor, onde a preocupação fosse com o próximo, e não com minorias ou maiorias? Se assim fosse, talvez pudéssemos todos nos lembrar com saudade da aurora de nossas vidas, como fala o poeta.


O que é exclusão? - Letícia D. Brunelli

Quando ouvimos falar em exclusão, pensamos logo em exclusão social. Esse termo é usado para se referir a uma camada da sociedade que não tem acesso aos direitos básicos de um cidadão: moradia, educação, saúde, saneamento básico e outros.

Neste caso, os excluídos são pessoas anônimas, invisíveis e substituíveis! São ainda amplamente exploradas pela política vigente.

Porém, encontramos outros tipos de exclusão em outros níveis da sociedade.

A mais radical é a exclusão penal que retira os criminosos da sociedade a fim de puni-los , e é chamada de reclusão.

A exclusão racial fomentada pelos preconceitos que remontam à época da escravatura.

A exclusão física, que, em épocas passadas, se observava nas quarentenas e para com os doentes de lepra e outras doenças contagiosas. Agora é propaganda nas campanhas antitabagistas, contra os fumantes .

A exclusão moral onde os alvos são os adeptos da prostituição, do homossexualismo e da pornografia.

Temos também, bem marcante, a exclusão financeira, em que as pessoas são selecionadas por seu poder aquisitivo.

Pelo mundo a fora, podemos encontrar exclusões culturais e religiosas que geram conflitos e guerras.

Quem da nossa idade não deparou com as exclusões etária e estética?

Só está na moda quem é jovem e magro!

Mas a exclusão mais sentida íntimamente é a emocional. Ser privado de um sentimento é muito doloroso!

Quer maior sofrimento que amar sem ser amado? Amor e desprezo: duas palavras que não combinam!

Ainda me resta falar de uma exclusão pessoal e unilateral. Ocorre quando o ser humano exclui Deus de sua vida.

Ele se torna, ao mesmo tempo, o agente que exclue e o passivo que se sente excluído. Pondo de lado, em sua vida, a presença paterna e confortante de Deus, a criatura se vê diante de um vazio que nunca será preenchido por nenhum bem terrestre. Ela nunca será capaz de avaliar o que perdeu com sua escolha: o amor incondicional de seu criador.


Pense bem! - Maria Inês M. Filier

Quem nunca foi discriminado nesta vida? Quem nunca sentiu na própria pele a indiferença de alguém? Quem nunca se sentiu rejeitado, humilhado, maltratado? De uma forma ou de outra, por um motivo ou outro, todos nós fomos discriminados, algum dia, por algo ou por alguém.

Tem gente discriminado porque é feio, isto é, se existe alguém feio; porque é bonito, branco, negro, índio, japonês, chinês, português, brasileiro, alto,baixo, magro, careca, cabeludo, desdentado, chato, bom demais, ruim, pobre, rico, timbre de voz (grossa ou fina), fala demais, tímido, agressivo, do tipo não chove, nem molha, deficiente, dependente, independente, reclama demais, chora demais, não chora nunca, ri demais, quase nunca ri, estuda demais, não estuda nunca, trabalha demais, boa vida, reza muito, nunca vai a igreja, não sai da igreja, canta muito, não gosta de cantar... E muitas outras discriminações que poderia apontar e, principalmente, aquela que você conhece muito bem, que tanto a prejudicou, que é bom nem tocar no assunto. Tem gente que se autodiscrimina, e como isso é complicado!

E a discriminação dentro da própria família, na minha opinião é uma das que mais nos ferem, porque, alguém de fora falar é uma coisa, mas alguém em quem você deposita total confiança discriminá-la, machuca muito, magoa, entristece e nos faz sentir muito mal.

PENSE BEM ! Se, ao invés de nos discriminarmos, nos nós perdoássemos mais, sendo mais misericordiosos uns com os outros, fizéssemos aos nossos semelhantes exatamente o que gostaríamos que fizessem a nós, seríamos mais felizes e principalmente faríamos mais pessoas felizes.

PENSE BEM ! Da próxima vez que você for discriminar alguém se é isso que você iria querer para você mesmo.

PENSE BEM ! Que tal discriminarmos menos e respeitarmos mais, aumentando nosso grau de amizade e de AMOR no mundo. PENSE BEM!



Exclusão - Parte II


Identidade: elemento fundamental na personalidade humana

Ficção de Antonio Moreira

Dias atrás visitei um amigo que não via há muitos anos, cujo nome é Mário Meira. Seu sobrenome, na verdade, por ascendência deveria ser Duarte, como o de seu pai, meu avô. Até pouco tempo eu ignorava meu nome legítimo de família; meus irmãos morreram sem ter o mínimo conhecimento.

Alegre e generoso, recebeu-me principescamente. Ato contínuo, disse-me: “nossa amizade, como toda amizade, tem um toque de eternidade, pois embora distantes físicamente há mais de dez anos, sempre nos fizemos presentes pelos contatos, telefônicos e por cartas que mantivemos, no decorrer de nossas histórias.”

Respondi-lhe, concordando literalmente com suas palavras, verdadeiras e sinceras, sobretudo. Prosseguindo em sua manifestação de confiança e afeto, confessou-me o seguinte: “Sou um homem de vida equilibrada, tenho um casamento com a Carmen, a qual me completa. Entretanto, minha vida tem um lado muito triste, que me faz, de certa forma, irrealizado. Talvez você não saiba, certamente por omissão e constrangimentos meus. Nasci e fui criado sem ter ouvido – jamais – falar em meus avôs paternos, o mesmo ocorrendo, evidentemente, com meus irmãos, Pedro e Paulo. Geneticamente não podemos deixar filhos consangüíneos, pois somos estéreis; nosso sobrenome vem de uma ficção estúpida de um cidadão metido a filósofo e a conquistador, que o acaso destinou para ser nosso pai. Este homem nos fez um grande mal para o resto de nossas vidas, tirando o nome do nosso avô de nossos nomes, o que é uma indignidade. Entretanto, para satisfação nossa tivemos informações seguras de que nossos avós,pais do meu pai, eram pessoas íntegras. Quanto ao meu avô, que se chamava Márcio Duarte, em momento algum fora procurado pelo meu pai. Ele, meu avô, como disse, era homem honrado, digno e leitor incansável, além de haver estudado Arquitetura. Apelidaram-no, a propósito, carinhosamente com o nome de grande escritor francês, fato que nos deixou orgulhosos. O perfil desses avós, que me foi passado por pessoas da mais alta credibilidade, muito me alegra: pelo menos ameniza minhas frustrações. No entanto, não me afasta a tristeza de não ter identidade, que é a muleta psicológica e espiritual de todo ser humano que se preza e quer viver melhor e completado perante a Sociedade.

Considero-me um sobrevivente, embora tivéssemos, eu e meus irmãos, uma mãe maravilhosa, a qual amávamos loucamente.

Peço desculpas ao amigo pelo desabafo amargo e para completar, trago-lhe uma notícia assombrosa relativa a meu avô, Márcio Duarte, o qual, não suportando a humilhação e a indignidade de ver seu nome extirpado dos nomes de seus netos, suicidou-se.

“Relativamente a meu pai, deixo de mencionar seu prenome, por questão de higiene mental ...”


Exclusão - Licia Monaco Perin

Logo no início da criação do homem, segundo a Bíblia, houve a primeira exclusão – a expulsão de Adão e Eva do Jardim do Éden.

A partir daí, a exclusão acompanha a raça humana e se “aprimora” cada vez mais, com sutileza suficiente para aniquilar os mais fracos ou desprovidos de armas contra tal ato desafiante para a personalidade humana.

Quando nasci, fui incluída entre os “humanos”.

Crescendo, em fases sucessivas de minha vida, vi-me incluída ou excluída de certos procedimentos ou grupos. Deus nunca me perguntou se eu queria ou não continuar na vidinha acomodada em que vivia no momento: simplesmente eu sentia que era o fim, que eu deveria aceitar isso como definitivo, virar a página e “partir para outra ...” .

Foi assim com minha infância, com meu período escolar, com minha participação nos esportes, com minha profissão.

“Estabilidade?” Só com minha família e meus amigos.

Lógico que, mudanças geram, quase sempre , sofrimento e transtornos em nossas vidas . É tão bom ficar estagnada em “porto seguro”, sentir que não há perigo nos desafios que surgem para nos provocar. Mas, diante disso, penso sempre – “que vida vazia, que chatice, que desperdício de tempo, de vida ...”

Há trinta anos passei por um grande desafio: enfrentar uma mastectomização total, reagir e viver uma nova vida ou entregar-me àquilo que era esperado em casos iguais ao meu – ficar à margem da vida, abandonar meus projetos, encolher-me dentro de mim mesma ou esquecer, minimizar minha exclusão e valorizar cada minuto da sobrevida que me estava sendo oferecida...

Quanto preconceito. Quanta ignorância. Quanta palavra dita sem pensar! Quantas flechas atiradas contra minha auto-estima ...

De tudo isto, colecionei a solidariedade, só me lembrando da amizade de tantos que eu até nem conhecia; a compreensão e apoio da família. Restou-me, também, a certeza de que a exclusão caminha conosco, que o ser humano pode se comprazer em diminuir o seu igual, machucando os que caem e não se levantam, aos que choram e não enxergam que “as nuvens podem encobrir as estrelas, mas que as nuvens passam e as estrelas ficam ...”


O preconceito de uma mãe - Maria Inês Dominiquini

Quando me formei fui trabalhar numa cidadezinha do interior. Trabalhava com crianças especiais e também com as mães.

Um dia uma mãe me disse que na saia com a filha, pois todos tinham preconceitos de criança com síndrome de Down. Inclusive a mãe, como percebi.

Então ela me perguntou, como é criar uma criança especial, sem preconceito.

A comparação que me ocorreu foi a seguinte.

Esperar um bebê é como planejar a fantástica viagem de férias com que você sempre sonhou para a Itália. Você compra um monte de guias e faz planos maravilhosos. O Coliseu, o David de Michelangelo, as gôndolas em Veneza. Você pode aprender frases úteis em italiano. Tudo é uma festa.

Depois de meses de expectativa, finalmente chega o dia da viagem . Malas prontas, você entra no avião e algumas horas depois a aeromoça vem e diz : - Bem vindos à Holanda ...

Holanda? Como assim, Holanda?

Você se espanta : “meu voo era para a Itália. Sonhei a vida inteira em viajar para a Itália”. Mas houve mudança no plano... Aterrissaram na Holanda e este é o seu destino agora.

O importante é que não a levaram a um lugar horrível, desagradável e sujo, cheio de epidemias, fome e doenças. É só um lugar diferente.

Então, você tem que sair, comprar novos guias, aprender uma língua nova e conhecer pessoas que nunca teria conhecido se tivesse ido para a Itália. É só um lugar diferente.O ritmo é mais lento do que o da Itália, a luz menos brilhante, mas depois de estar lá por algum tempo, você toma fôlego, olha em volta e começa a notar que a Holanda tem moinhos, tem tulipas, a Holanda tem até Rembrandt!

Mas, todo mundo que você conhece, foi e voltou da Itália comentando maravilhas do tempo passado lá. Pelo resto da vida você dirá: - era para lá que eu deveria ter ido; era isso que eu tinha planejado!

E a dor do seu coração nunca, nunca mesmo irá embora completamente, porque afinal a perda desse sonho é muito significativa.

Mas, se você passar a vida lamentando o fato de não ter ido para a Itália, talvez não possa descobrir e aproveitar o que existe de tão especial e todas as coisas adoráveis que viu na Holanda.

Depois desse dia, essa mãe entendeu o que é uma filha especial.

Hoje ela é muito feliz, ama a filha e não se envergonha. Aprendeu a lição.




Estudo de "A hora da estrela"

Em outubro/2009 estudamos a obra de Clarice Lispector "A hora da estrela"; primeiramente aprendemos algumas coisas sobre a escritora e, em seguida, passamos ao estudo desse livro, analisando-o segundo a abordagem da função social da literatura. Discutimos como a personagem Macabéa representa a exclusão em sua face mais perversa.
Também, como Clarice conseguiu perceber, já na década de 1970, quando o livro foi escrito, que a tirania da imagem, disseminada pela mídia, se ampliaria profundamente, exaltando a juventude, a magreza excessiva, a identidade construída através de grifes, consolidando a exclusão dos que não se enquadram nesses padrões.

Com base na narrativa de Lispector os alunos foram convidados a escrever sobre a vivência da exclusão em suas próprias vidas, transcriando fatos, vividos ou inventados, em narrativas literárias ou textos dissertativos.
O resultado pode ser conferido na transcrição dos textos, gentilmente digitados pela aluna Vera Gracia. Obrigada, Vera



Exclusão à moda da Telefônica - Alice Ferreira

15 dias solicitei mudança de endereço na Telefônica e até a presente data, não foi ligado o telefone.

Hoje, (14/10) fui á loja da Telefônica averiguar o porque da demora e o não cumprimento do prazo que me deram . Ai começou todo o transtorno e verifiquei que, à revelia, foi cancelada a minha primeira solicitação.

Como a atendente não forneceu explicações mais precisa, comecei a questioná-la. Vieram suposições de que o sistema não registrou corretamente o novo endereço.

Neste momento, me senti não só excluída, mas ferida em meus direitos de cidadã. Descaso, pois forneci fone de contato do meu irmão. O mínimo que poderiam fazer era me convocar novamente para esclarecimentos.

Dada a tamanha incompetência e mal gerenciamento da empresa , esqueci da educação que recebi de meus pais e parti para a briga “verbal”.

Adrenalina a mil, coloquei toda minha indignação, cheguei a ameaçá-los de ir ao PROCON, à imprensa. Coloquei também da má qualidade de serviços prestados , devido ao monopólio de uma empresa atuar no mercado sem concorrentes.

Pela terceira vez, queriam que eu repetisse todos os meus dados de identificação e endereço. Questionei, muito brava, e disse :- que sistema é este que não entende o próprio idioma?

Para encerrar este relato que foi muito mais além do que consegui colocar no papel, eu disse à atendente que não sairia da loja sem conversar com o chefão. Veio um chefinho que agilizou o processo.

Conclusão: tenho que esperar mais ou menos dez dias para funcionamento do telefone (daí, vai dar quase um mês ...)

Isto tudo porque estamos na era do digital, da internet, da modernidade, que tenta incluir

todos os seres humanos! Mas, muitas vezes os excluem, cruelmente!


O LEMA ROTÁRIO - DAR DE SI ANTES DE PENSAR EM SI ”

O VOLUNTARIADO - Aurora Rodrigues

O voluntariado nos anima a ajudar os necessitados de diversas maneiras. Os doentes, as crianças desamparadas e doentes, nas residências, hospitais, etc; fazendo-lhes companhia, dando-lhes remédios e banhos.

Crianças = ensino, roupas, educação. Fazer com elas um coralzinho, contar histórias, passeios, lanches. Confeccionar roupas, mantas e meias em tricô para aquecê-las. O sorriso de agradecimento nos incentiva a prosseguirmos com nossa atenção e carinho.

Trabalhar como voluntário é comprometer-se com a misericórdia, é sentir-se compromissado com o próximo, é pensar no próximo, é realmente ser cristão.


segunda-feira, 5 de outubro de 2009

A rosa de Paracelso II

A rosa da palavra - Alice Ferreira


O que não gostaria de perder no tempo é a palavra, em toda sua essência, significado e poder de reflexão.
Se a perdermos, não haverá histórias: de vida, de humanidade e de consciência.
Lembro com saudades das palavras de estímulo e garra na fala de meu pai: "estude, aprenda o que mais puder. Esta vai ser a maior herança que posso te dar, a qual ninguém poderá tirar de você.”


A rosa da partilha - Iandara Palmero

Eu com sete anos de idade, meu irmão com cinco. Hora do almoço e minha jovem mãe com apenas 23 anos, fritando os bifes(apenas quatro) na frigideira de ferro. Fritava também as rodelas de cebola, do modo que apenas ela sabia fazer. Terminada a fritura e servidos os bifes, eu e meu irmão entrávamos numa competição pela gordurinha da frigideira. Mas, sempre chegávamos num acordo pelo direito de passar o pão na gordurinha da frigideira. Um gesto simples, que só as crianças sabem valorizar. No entanto, decorrido tanto tempo ainda me lembro com carinho minha infância modesta (bem modesta), enriquecida pela ternura materna e pela autordade paterna exercida com moderação e equilíbrio.


A rosa da expressão - Marinalda Codo Rossetti

Devo confessar que cheguei em casa bastante frustrada da nossa ultima aula. Como trabalho para Oficina de Literatura eu deveria ter escrito sobre a Rosa de Paracelso, mas não fiz porque nada me ocorreu; nada, não, mas tantas coisas que não consegui me concentrar em nada específico.
Falar da Fé, da música da sinceridade, dos livros, da palavra, das coisas simples, dos elos do voluntariado, dos valores e hábitos cristãos, do que nada é por acaso e da convivência humana, que foram muito bem explorados.

Tive a idéia de escrever sobre como chegamos até aqui. Como foi encontrar uma pessoa tão maravilhosa, com tamanha garra, amor e conhecimento sobre literatura e tão carismática a ponto de faze com que soltemos de o melhor , aos poucos, devagar e em grande estilo, revelando em nós o que jamais imaginamos ser possível.
Como nos transportamos para o Paraíso em 50 minutos dessa aula e o que captamos sobre a literatura e conseguimos nos expressar se deve ao fato da maneira como nos é pedido, ou seja, da forma clara, simples e transparente com que chega até nós e junto com a sincronia que existe na classe fica muito fácil de captar.

Como a união dessa classe com a professora se tornou uma simbiose de prazer e realização e como nos entregamos a este prazer. Devemos brindar, comemorar essa simbiose.
Devemos celebrar estes 50 minutos tão rápidos, mas tão intensos. Devemos celebrar a vida que nos deu essa oportunidade. Devemos escrever, sim, e muito, não só para nós mesmos, mas porque não? Para a eternidade!
Assim, posso dizer que tivemos muito mais sorte do que Paracelso, porque além de termos uma grande incentivadora, nós transmitimos o que queremos, e o que é melhor, muito melhor nós nos realizamos com isso.




Minha lembrança de infância - Maria Inês Dominiquini


Essa é uma história ou lembrança, que gostaria que nunca fosse esquecida.
Lembro-me que, ainda criança, todas as tardes, na cidade do interior onde morava, eu
gostava de ir espiar o realejo que na praça ia tocar.
O homem amigo sentava-se no banquinho e esperava alegre pelo seu amigo
macaquinho.
O macaco treinado para não poder errar.
Quando dentro da caixinha a moeda foi jogada.
Quando a música tocava , o macaquinho ensinava pra criançada , a dança do samba e baião.
Muita gente ficava sentada e conversando.
Enquanto o realejo espalhava suas canções pelo ar.
Por isso, eu gostaria que todas as pessoas, tivessem as tardinhas para apreciar, na
pracinha, perto de casa, o realejo que ali fosse tocar.


Minha descoberta pessoal - Letícia Delbel Brunelli


Na semana passada, voltando para casa, fui pensando como eu iria responder a pergunta da tarefa pedida.
Logo me passou pela cabeça uma descoberta que fiz ultimamente: “ Nada é por acaso”.
Chegando em casa, ao guardar meu material na escrivaninha, deparei com uma velha caderneta de anotações.
Senti vontade de abri-la e achei um pedaço de papel amarelado, escrito por mim, mas que nem me lembrava mais.
Nele havia frases que falavam de Deus, sofrimento e oração.
Na primeira frase estava escrito: “Nada vem por acaso, tudo provém da vontade de Deus. Preste atenção nos pequenos acontecimentos e considere-os como saudações de Deus”.
Então, assim confirmado, por acaso, escrevi minha resposta:
Ao longo do meu caminho, fui observando fatos surpreendentes, mas que por ocorrerem perante nossos olhos tantas vezes, nós nem prestamos atenção : a suavidade da chuva, a beleza das flores, o canto dos pássaros, a melancolia do entardecer, a magia da noite...
Dia após dia, essas sensações vão se tornando corriqueiras e normais.
Mas, também existem coisas que acontecem, às vezes, e nem prestamos atenção, pois
nos parecem meras coincidências : achar uma concha perfeita na areia, ver um beija-flor pairar no ar na frente de uma flor, receber uma flor inesperada, encontrar uma frase num livro que nos emociona, achar uma pessoa amiga por “acaso”...
Então, de um tempo para cá, fui começando a notar que coisas casuais apareceram em minha vida, como que “por acaso”.Quanto mais atenta eu ficava, mais eu percebia essas ocorrências, que provavam que esses “acasos” estavam me levando novos rumo e nova descobertas.

Hoje, eu gostaria de compartilhar com meus filhos e meus amigos esta crença maravilhosa, de que Deus sussurra silenciosamente para nós e que devemos estar atentos, com nossas mentes e nossos corações para ouvir e sentir nessas pequenas coincidências, o Sopro Divino e nos emocionarmos ao saber o quanto somos amados por Ele.

Herança de família - Silvia Galvani


Ainda há poucos dias, conversávamos, duas amigas e eu, quando uma delas confessou ter medo de morrer, pois sentia deixar os seus.; queria ver seus netos crescerem, casarem, enfim, tinha muito a fazer ainda. Lembrei de uma frase que li sobre Ravel, que ao perceber que seu fim estava próximo, lamentou : “Mas, há tantas músicas esperando ser escritas!” Isso não é medo, é saudade da vida, pois a vida é bela.
Passei a refletir sobre o assunto. É uma idéia da qual não se pode fugir, quando se dá conta de que os anos restantes são muito menos que os já vividos. E, o que deixar para os que continuarão a viver depois de nós? Não penso nas coisas que fui ajuntando durante a vida, mas nas coisas de que tanto gosto e que me dão prazer: minhas poucas orquídeas, com a recomendação de que não as deixassem de molhar ou as inúmeras receitas trocadas com colegas, ou através de cursos de culinária e algumas até gravadas, tempos atrás.
Acho que para eles não tem importância alguma, só darão mais trabalho. Estão ai, bem ao alcance das mãos, é só quererem e poderão fazer uso delas.
O que realmente desejo que fique, são os valores e hábitos cristãos que recebi de meus pais, tanto por meio de palavras, como de exemplos.
Antes, porém, preciso fazer algumas perguntas: Será que amei o meu próximo como a mim mesma? Tratei as pessoas como queria ser tratada? Pratiquei a justiça, amei a misericórdia e andei humildemente com Deus?

Que rosa ficará? Cleudnéia Zavarello

Quando fiquei pensando em alguma coisa para escrever, me vierama à mente as qualidades que eu trazia nas minhas lembranças, das avós, mãe, madrinha, tias e amigos; que, talvez, no momento em que estávamos juntos, não me eram tão marcantes. Hoje penso: deveria ter aprendido mais com elas a fazer aquele pão, aquele crochê e outras mil coisas.
Muitas vezes na minha vida, quando estou fazendo algo, mesmo no cotidiano, vejo um jeitinho de Vó Maria, Vó Adelina, mãe Cida, madrinha Júlia, , das tias e amigas .
Então chego à conclusão que carregamos alguma coisa de todas as pessoas que passaram nas nossas vidas.
E, com certeza, a mesma coisa vai acontecer com meus filhos, netos, sobrinhos, afilhados e amigos.
Alguma coisa da Néia vai ficar. Gostaria que fosse o Amor e respeito pelas pessoas.

Transmitir, sempre; esquecer, nunca. Preservar. Rosemarie B.G. Bobbo


Desde 1500, em minha família, a fé em Deus, seu filho Jesus Cristo e no dom inefável do Espírito Santo, sempre foram, serão e espero que nunca deixem de ser o MAIS IMPORTANTE E SEMPRE TRANSMITIDO DE PAI PARA FILHO...
Depois que dissermos: “SENHOR, dispõe de mim, não quero mais ser eu que mando em minha vida, mas sim TU!” Nossa vida torna-se uma maravilhosa aventura... Notando-se que Deus não se esquece de nos dirigir, nem um instante sequer e que não existem mais coincidências.
Não nos transformamos em Santos , mas, como Jesus morreu por nós na cruz, Ele nos perdoa e como aprendi na escola dominical, quando eu era criança, Jesus joga nossos pecados no mar e coloca uma placa muito bem afixada, com os dizeres: “É PROIBIDO PESCAR.”

‘Um conselho de uma mulher de 76 anos”
Não durma a noite sem ter lido um trecho da Bíblia Sagrada...Se não estás acostumada, comece por João, depois Atos e vá até Apocalipse, um capítulo a cada dia, pedindo antes sempre a unção do Espírito Santo. Depois, leia a Bíblia toda, começando por Gênesis... devagar e pensando no assunto. Leia com seu marido ... filhos... netos... a qualquer hora e ore.... converse com Deus, como se Ele estivesse sentado ao seu lado, sempre em nome de Jesus e sobretudo AGRADECENDO E LOUVANDO SUA SUPREMA SANTIDADE, pois Ele não é nosso servidor, para somente atender pedidos
e jamais TE CONCEDERÁ UM PEDIDO QUE TE POSSA AFASTAR DELE , POIS
NOSSA SALVAÇÃO É MAIS IMPORTANTE PARA ELE, DO QUE NOSSOS BENS, SAÚDE, etc... ELE NOS AMA PROFUNDAMENTE E ELE É O ÚNICO DEUS QUE EXISTE...
A BÍBLIA diz: “Porquanto há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus que já foi homem” l. Timóteo 2:5.
“Mas a todos, quantos o receberem, deu-lhes o poder e serem feitos filhos de Deus, a saber, aos que crêem em seu nome”. João 1:12.
Todos nós nascemos criaturas de Deus e somente nos transformamos em Filhos, quando não somente nos convencemos, mas nos convertemos, entregando nossa vida á Jesus.
Jesus não fundou nenhuma religião, Ele fundou a FÉ NO PAI, NO FILHO E NO ESPÍRITO SANTO ... E é esta, que tanto Católicos como Evangélicos tem: A palavra
DEUS está inserida 289 vezes na Bíblia Sagrada!


ESQUECER NUNCA, QUE TEMOS MUITAS RELÍQUIAS, SIMPLES, MAS QUE NOS LEMBRAM NOSSOS QUERIDOS ANTEPASSADOS ...
Meu marido tem um violino, guardado com carinho, que foi produzido por meu sogro.
Não é um Stradivarius, porém, tem um som maravilhoso. Nosso faqueiro tem uns 200 anos, o qual usamos somente no Natal. Temos também duas panelas que tem cerca de 300 anos, uma é de ágata e está perfeita. Tenho ainda um BIDERMEIERARBAND, uma pulseira que meu Tataravô trouxe do Egito para sua filha e desde então, fica sempre com a mais jovem das Grassmann, como, por meus últimos antepassados terem sido somente homens, sou a última mulher com esse sobrenome, logicamente de nossa ramificação. Assim, essa pulseira, que inclusive está no dicionário, ficou para mim ...

É composta de ouro antiguíssimo e 135 granadas, uma espécie de rubi... Seu valor é mais pela antiguidade, do que comercial ...
E, PRESERVAR PRECISAMOS, ENTÃO: NOSSA FÉ EM CRISTO, DAR VALOR E HONRA AOS QUE NOS ANTECEDERAM E QUE NOS DERAM TANTOS CONSELHOS ÚTEIS E AS PEÇAS OU OBJETOS QUE NOS FAZEM LEMBRAR ÉPOCAS EM QUE AINDA NÃO VIVÍAMOS ...



sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Exercício: A rosa de Paracelso


Na retomada das oficinas no segundo semestre de 2009, estudamos o belo conto de Jorge Luís Borges - A rosa de paracelso. Após a análise e discussão, os oficineiros foram convidados a escrever alegoricamente sobre a "sua rosa de paracelso". Que coisas eles gostariam de transmitir para que não se percam. Obtivemos um resultado adorável.
Registramos o nosso agradecimento à querida Vera Gracia, que gentimente digitou os textos, para que possamos atualizar o blogue com mais frequência.

Um discípulo, por favor - THERESA

Ah! Quantos inventos, quantos segredos, mistérios, tradições, cultura, um verdadeiro tesouro foi sendo engolido pelo tempo, porque não encontraram um só discípulo disposto a dar continuidade, passá-los adiante.
Já pensaram, se um discípulo apenas , tivesse passado adiante a técnica utilizada há
quatro mil anos na construção das pirâmides?
E Machu Pichu, lá no alto dos Andes, como foi construída?
Quantos séculos de estudo e pesquisas nos teriam poupado.
Em nosso tempo também não é diferente. Apesar de vivermos na era da comunicação,
ainda há mistérios guardados à espera de discípulos.
Lembro-me de um bom velhinho, seu João, que morava em frente à minha casa. Era benzedor, coisa tão esquisita na era das mais avançadas pesquisas no campo da medicina.
Porém, não havia médico, ciência ou remédio que desse conta da erisipela da perna da minha mãe. E lá íamos nós, pedir socorro ao seu João que, com sua bondade infinita,
benzia a perna doente.
Não sei qual era a alquimia. Se era fé, confiança, carisma; o fato é que no dia seguinte,
o inchaço cedia e o vermelhão desaparecia.
Um dia, sentado na soleira da porta, a cabeça pendente e tristonha, seu João me confessou:
- Eu gostaria tanto de deixar “isto” para alguém, mas meus filhos não querem saber e
os outros, não se interessam.
Fiquei triste e pensativa mas, que fazer?
Nunca tive dom para benzedeira.
Alguns meses depois, seu João faleceu e com ele seu maravilhoso dom de
minorar o sofrimento das pessoas, curando-lhes as dores.
Deixar como legado “Sinceridade” - José Batista Amador

Se este adjetivo fôsse meu, eu não venderia, reservaria um bom tanto para mim e distribuiria para todos que me rodeiam; minha família, meus amigos e a todos aqueles que encontramos.
Como admiro esta palavra! Que sede tenho eu de beber desta fonte, que pode ser inesgotável, não depende dos outros e nem de grandes investimentos, apenas de nós mesmos.
A meu ver, esta é a fonte verdadeira, onde encontramos todas as propriedades que
necessitamos para alimentar nossas necessidades espirituais e emocionais.
Acredito que ainda existem muitos seres humanos com esta qualidade, mas está
bem distante do ideal, principalmente, levando-se em conta, o cenário político dos
nossos dirigentes, que mentem, descaradamente, faltando com a verdade, não a bem da coletividade, mas sim, legislando em causa própria.
A sinceridade incomoda hoje e sempre incomodou aqueles que gostam de ser iludidos.
Já ouvi em discussão uma pessoa dizer:-
- Eu estou sendo sincero.
E a outra responder: - Para o meu gosto, você está sendo sincero demais.
Excesso de sinceridade não mata ninguém, pelo contrário, ajuda a resolver os problemas da nossa família, da nossa Cidade , do nosso Estado, do nosso País e do Mundo.
Vamos dar o primeiro passo?


A rosa do saber - Vera Gracia Lorenzon Ferreira
Livro, manancial para minha sede de saber.
Inquisições mil, revolucionam meus neurônios!
Verto lágrimas de emoção...
Rosa mística do eterno saber!
Ora pro nobis.
Sapiência que aos poucos me dimensiona...
Amém, a toda miragem livresca.

As coisas simples da vida - Maria de Lourdes Santos Pinto

Dar valor as coisas mais simples da vida.
Sentir o perfume duma flor.
Observar a alegria no olhar de uma criança.
Fazer um donativo singelo a uma pessoa necessitada.
Fazer uma oração de agradecimento ao Pai Eterno:
“Obrigada Senhor, pelo dom da vida.”
Receber abraços e beijos de uma pessoa querida, em momentos de tristeza
ou de alegria.
São pequeninas coisas que dão sentido à vida.


A rosa do voluntariado - Aurora Ferreira

Simples, mas atinge um número imenso de pessoas. Nem sempre o dinheiro resolve tudo. Podemos tê-lo em mãos, mas precisamos também do trabalho, para ajudar aos necessitados.
Nada mais nos satisfaz, do que vermos o olhar de uma criança ou mesmo de um
idoso, ao receberem algo que necessitam.
Ao trabalharmos para esse fim, o dia torna-se pequeno e é um motivo para diversas
pessoas se unirem.
Há pessoas que, através de um simples convite, sentem-se entusiasmadas e passam a fazer parte da nossa equipe.
Seja você uma delas.


Aqueles domingos - Adelaide Dalva T. Garbuio

Hoje cinco de setembro, as lembranças ficam dentro da cabeça.
Vou falar dos domingos que ia àmissa, e já deixava pronto o que iria fazer para o almoço. Deixava temperados os bifes que fritaria. Cozinhava o arroz, depois punha na vasilha coberto de fatias de queijo e colocava no forno, para gratinar.
Quando chegava da missa, estava tudo pronto.
Os domingos eram cheios de alegria! Sempre ouvíamos a Rádio Nacional do
Rio de Janeiro, escutando as lindas músicas do maestro Rafael Hinhat.
Uma das músicas que sempre gostei foi My Way, a qual canto até hoje, com
saudades e lembranças da minha vida.
Enquanto comíamos, a música enfeitava nossos corações! Ouvíamos Carlos Galhardo,
cantando Flor de Maio; também a Ave Maria, de Erotides Campos, de Piracicaba.
Essas são as lembranças que vivi, fazendo o almoço para todos.
Música especial era também de Francisco Alves, Rei da Voz, que cantava
Fascinação, que até hoje é minha música predileta.
Tive o amor de meu neto Ulisses, que toca violino e eu canto a Fascinação, isso
enfeita minha vida e meus sonhos.


Bondade - Maria Inês Mascarin Filier

- Sabe Inês:- “Eu tenho inveja de quem é bom ! Como eu queria ser boa!”
Eu ficava olhando para ela e pensava:-
- Se ela não é boa, então quem será?
E, até hoje, estas palavras ficam ecoando em minha cabeça, pois ela foi abandonada no asilo quando nascera e nunca soube quem a abandonou, nunca teve ninguém para chamar de pai e mãe, nem pais biológicos, nem adotivos, pois nunca se interessaram em adotá-la, pois além de negra, tinha defeito físico, corcundas enormes nas costas ,que a deixavam torta, empurrando-a para frente.
E como eu a admirava !
Maria Aparecida Ventura, mas todos a conheciam como Cidinha. Foi criada no Educandário Santa Maria Gorette pelas freiras até seus 18 anos, quando então mandaram-na trabalhar como doméstica em uma casa de família na cidade de Piracicaba.
Ela me disse:- Inês (era assim que me chamava), eu chorei tanto , porque sentia falta das freiras, das minha amigas e de tudo o que tinha no Educandário, a mulher, dona da casa, me deu um quarto na parte superior, eu sentia tanta solidão e após algum tempo fui morar no asilo. Arrumei um emprego e após um tempo fui trabalhar como faxineira na Escola Alem , trabalhava durante o dia e estudava a noite e com muito sacrifício consegui meu diploma de contabilidade.
De posse do diploma, CIDINHA começou a mandar currículos para tudo quanto era lugar que sabia que estavam precisando. Chegavam as respostas pedindo que ela se apresentasse no local para a referida vaga. Toda feliz lá ia CIDINHA para o seu tão merecido emprego e quando se identificava nas firmas, as respostas eram quase sempre as mesmas: - “a vaga já foi preenchida, no momento não estamos mais necessitando” e assim prosseguiu sua vida trabalhando na Escola Alem, até se aposentar e mesmo após a aposentadoria teve que continuar trabalhando, porque o salário, mal dava para pagar o aluguel.
Dormia com pessoas mais velhas, cuidava de doentes e assim prosseguia sua vidinha simples, humilde, mas honesta.
Viveu sempre sozinha, com seus cachorrinhos e gatinhos, que ela tratava como se fossem seus filhinhos. Não reclamava de nada, embora fosse doente, pois devido ao seu defeito físico, tinha problemas respiratórios, mas tudo agradecia a DEUS e tinha um carinho especial para com todos que a conheciam.
Sempre que tinha oportunidade, após o ensaio do coral da igreja que terminava tarde da noite, me oferecia para levá-la para casa e lá íamos nós contando nossas vidas, nossos casos e ríamos a valer. Um dia ela até engasgou de tanto rir e ela perguntava:-
- E como está seu marido? A Erika? A Ellen? O Bruno? Que são minhas filhas e meu neto, que nessa época só tinha um. Ela falava:-
- Inês, eu acho seu neto lindo, aliás, suas filhas também são lindas.
- Ah! Eu ficava toda cheia e assim eu voltava feliz para casa . (Como é fácil fazer as pessoas felizes ).
O tempo foi passando, ela foi morar mais longe, passou a fazer parte de outra comunidade, mas sempre engajada com a música, pois ela amava cantar e por um bom tempo não nos vimos mais. Numa manhã recebi um telefonema que ela havia morrido.
Fui ao velório e lá encontrei outras pessoas que também a conheciam e pedi que se identificassem. A maioria era do Coral das Igrejas por onde ela havia passado, de vários
pontos e bairros da cidade, que irmanados na dor e na saudade, cada um dava seu testemunho de onde a conhecera e o quanto a queriam bem. Oramos, cantamos, porque era o que ela mais gostava e assim prestamos nossas mais simples e humildes homenagens a quem tinha um único objetivo na vida , o desejo de ser BOM !
E hoje eu digo do mais fundo do meu coração:
- COMO EU TENHO INVEJA DE QUEM É BOM! COMO EU QUERIA SER BOA!