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Uma grande vitória poder divulgar o nosso projeto!
A OFICINA DE LEITURA E CRIAÇÃO LITERÁRIA
3A. IDADE CLARETIANAS FOI UM DOS PROJETOS SELECIONADOS PARA APRESENTAÇÃO NO III FÓRUM DO PLANO NACIONAL DO LIVRO E DA LEITURA E NO III SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE BIBLIOTECAS, EM AGOSTO DE 2010.

domingo, 19 de junho de 2011

Cartas

Texto de Terezinha Cattai

Escrever sempre foi um prazer para mim desde que aprendi as primeiras palavras, depois as frases e os pequenos textos.


Quando estava no Primário (antigo 1 .a 4. série) eu adorava as atividades de leitura e escrita, como por exemplo, criar uma história observando uma gravura bonita e colorida que a professora colocava na lousa e com aquela figura eu me esquecia do tempo e do lugar onde estava.

Ao aprender a escrever uma carta e o seu significado em minha vida, descobri uma grande amiga, uma riqueza, uma imensa alegria.

A carta foi um Presente Especial que recebi da vida e sou feliz até hoje, porque apesar de existir o telefone fixo, o celular, o computador, ainda prefiro a carta escrita a mão, com papel especial para cada pessoa e cada momento.

Depois que aprendi a escrever cartas na. 4. Série, a primeira foi para minha tia Shirley que morava em Bauru. Agradeci pela coleção de livros de aventuras com oito volumes e em especial Moby Dick e com ele fiz minha primeira (ficha) Ficha de leitura na 5.série.

Comecei a me corresponder com minhas primas de São Paulo e Bariri.

Por muitos anos me correspondi com minha prima Suzete e para várias cidades onde morou, pois meu tio trabalhou na construção de hidrelétricas em Bariri, Ibitinga, Iacanga, Porto Primavera, Água Vermelha e por último a de Ilha Solteira, quando se aposentou.

Nós nos correspondíamos todo mês . Assuntos nunca faltavam (filmes, paqueras, escola, roupa, cabelo, maquiagem, outros primos, casamentos, aniversários, artistas da TV, passeios, etc.).Sempre havia novidades, eram folhas e folhas de bloco para carta.

Essas cartas fizeram parte da alegria, do encanto, das descobertas, da inocência de minha adolescência e foi um marco especial na minha vida até hoje.

Ingressei no Estado como Professora em agosto de 1981e fui morar em São Paulo, mais um motivo para escrever cartas, para minha mãe, minha prima (agora casada morando em Indiaporâ), para amigas e meus ex-alunos da Escola Puríssimo onde dei aulas entre os anos 79, 80 e meio de 81.

Voltei a morar em Rio Claro em 1990 e as cartas continuavam, agora de São Paulo, Cosmópolis, de Limeira. Mas depois, por alguns anos a carta não fez parte da minha vida, me afastei até de minhas primas e assim ficou um vazio na minha comunicação com tias e primas, porque para mim, telefonar é um tanto mecânico, não consigo falar, transmitir tudo que estou sentindo, só se fala o essencial, algum motivo importante sem detalhes.

Há uns cinco ou seis anos voltei a me corresponder com minhas primas. Nossas vidas tomaram outros rumos, temos outros assuntos, novidades do século 21 mesmo ! Porque tudo está muito diferente de quando começamos a escrever nossas cartas (no século 20).

Mas, é o mesmo sentimento , o mesmo calor humano, a intimidade, o carinho, a saudade de tantos anos de amor, de amizade, de confiança nas confidências levadas e trazidas de volta em folhas de papel.

Por isso, escrever cartas para mim é algo aconchegante, carinhoso, me sinto fazendo parte da vida da pessoa, que parou, pensou em mim, escolheu as palavras e relembrou algum momento bom ou não, que vivemos juntas em algum lugar, algum dia de nossas vidas.

É como se estivesse me dando um abraço muito carinhoso para matar a saudade criada pelo tempo e pela distância.

As cartas fazem parte da minha vida, me sinto feliz ao escrevê-las, ao recebê-las e mesmo com toda complexidade, facilidade e rapidez dos computadores, eu ainda prefiro escolher um papel, pegar minha caneta, colocar meus óculos, pensar na pessoa e escrever uma carta com carinho e atenção especialmente para ela.

Tenho uma sobrinha de 21 anos, Aline, jogadora de futebol de salão, estudante de Educação Física, que está morando em Jacareí e também gosta de escrever , me escreve cartas lindas que me emocionam.

E através de suas palavras escritas, eu sinto o seu carinho, a sua atenção e o seu amor por mim, porque, apesar do computador, do celular, do telefone, ela que é jovem, escolhe um papel, pega a caneta, pensa em mim e me escreve CARTAS.

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