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Uma grande vitória poder divulgar o nosso projeto!
A OFICINA DE LEITURA E CRIAÇÃO LITERÁRIA
3A. IDADE CLARETIANAS FOI UM DOS PROJETOS SELECIONADOS PARA APRESENTAÇÃO NO III FÓRUM DO PLANO NACIONAL DO LIVRO E DA LEITURA E NO III SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE BIBLIOTECAS, EM AGOSTO DE 2010.

domingo, 19 de junho de 2011

Os olhos da vovó

Texto de Alice Ferreira

O olho, um dos órgãos vitais de nosso corpo e de muita importância. Com ele sabemos quando está dia e noite, acompanhamos o crescimento de uma planta, de uma criança, de uma construção; distinguimos cores, perigos de ordem física e temporal. Com ele podemos observar em que direção as pessoas caminham e o que fazem. Podemos caminhar nas ruas, admirar um vitrine de loja e sua decoração, admirar a beleza da natureza, o nascer e por do sol. Mesmo miupe, com auxílio de óculos podemos ver . E muitos outros benefícios ele nos traz, quando os temos sadios.

Pois bem, minha querida avó que chamava-se Alice, nada disso pode ver em grande parte de sua vida, pois começou com catarata e glaucoma. Fez cirurgia, mas nada resolveu seu problema. O olho direito que tinha glaucoma teve que ser extraído , pois era uma dor insuportável, que vovó tinha vontade dela mesma arrancá-lo.

Para que minha avó tivesse um aspecto melhor, minha tia, mandou fazer uma prótese do olho. Vovó usou pouco, porque não conseguiu adaptar-se. Dizia ela pra minha tia :”- filha, pra que colocar um olho, se eu não vou enxergar nada, o que mais importa é que graças a Deus, estou sem dor.

Este problema de visão, para minha avó, não a deixou uma pessoa triste e nem amarga para a vida.. Nunca a vi queixar-se ou sentir revolta por isso, pelo contrário, ela participava de nossas vidas com muita intensidade. Em sua escuridão, ela nos transmitiu muita clareza, fé, ternura, paz, confiança e muitos outros sentimentos bons.

Além da falta de visão, ela também teve problema com os ossos, que a invalidou, passando a ser acamada. Ela sempre tinha em suas delicadas mãos um rosário, com o qual ela rezava por todos nós e por todos que solicitavam suas orações. Este rosário era sua grande relíquia, que trouxe do Líbano, sua terra natal. Sempre tinha uma palavra amiga e de conforto a todos que a visitavam.

Gostava de reunir os netos em volta de sua cama, para nos contar estórias e sobre sua vinda ao Brasil. Gostava também de tomar sorvete, da Kibon, o de esquimó (de caixinha).
Eu adora ouvi-la dizer no meu aniversário. “ a deus parabéns, minha filha.” Tenho boas e queridas recordações de minha avó.

Pessoa frágil e com limitações, seus problemas de saúde, mas uma fortaleza de amor, santidade, carinho e muita serenidade!

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