Silvia Galvani Christofoletti
Muitas vezes, somos despertos por sensações estranhas que nos remetem há muitos anos passados: um cheiro, uma palavra, uma melodia, uma imagem ...
Foi uma imagem, uma intrigante imagem, que trouxe á tona recordações guardadas em um cantinho em nossa vasta e seletiva memória. Bastou um olhar mais atento e esse baú se abriu e me presenteou com um momento marcante em minha vida. Foi a ponte que me levou, de novo, á infância, onde as janelinhas do trem vão tirando sucessivos cartões postais da paisagem, guardados até hoje na memória.
Chego ao local onde recordações felizes tomam conta de mim e as cenas preciosas ficaram adormecidas, mas nunca esquecidas. Vejo-me, num casarão da Alameda Santos em São Paulo, sentada no tapete da saleta, admirando uma escultura de mulher, estendida sobre mesa baixa, iluminada pela luz coada através da cortina. Este momento feliz tomou conta de mim. Cena preciosa que meu coração de criança nunca pode esquecer e quando me lembro das pessoas queridas que ali viviam, sinto uma saudade doída.
Essa viagem, feita na memória, me traz de volta á sala, onde a imagem, que me transportou ao encantamento, ainda gira na tela da TV, pois ela faz parte da abertura de uma novela global.
Minha curiosidade levou-me a pesquisar a origem e o significado dessa moderna obra de arte. O autor é um artista plástico da África do Sul, onde apresenta a estilização do que parece ser uma família de mãos dadas. Segundo Hans Donner, responsável pela abertura, o artista conseguiu interligar os braços dos pais com três filhos e transformar isso numa harmonia fantástica.
Convoco, novamente, as lembranças do passado e da pequena sala, meu olhar contempla os membros dessa família feliz da qual pude fazer parte.
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Um comentário:
Nossa! Que texto mais legal, gostei.
Santucci, de Sta Gertrudes
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