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Uma grande vitória poder divulgar o nosso projeto!
A OFICINA DE LEITURA E CRIAÇÃO LITERÁRIA
3A. IDADE CLARETIANAS FOI UM DOS PROJETOS SELECIONADOS PARA APRESENTAÇÃO NO III FÓRUM DO PLANO NACIONAL DO LIVRO E DA LEITURA E NO III SEMINÁRIO INTERNACIONAL DE BIBLIOTECAS, EM AGOSTO DE 2010.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

No presente, recordo meu passado

Hedi Duarte


Agora, já aposentada e tendo somente as responsabilidades de meu lar, lembro como minha vida tomou rumo diferente daquele que almejei na juventude. Mamãe me contava que, quando eu era pequenina, antes de entrar na escola, se alguem me perguntasse o que eu queria ser quando crescer, minha resposta pronta e sem hesitar era: "cozinheira"!


Nasci, cresci e estudei na Alemanha, e lembro-me bem, apos alguns anos , já na 6. ou 7. série ginásial, tomei a firme decisão que eu queria ser jornalista internacional. Naquele tempo ainda não havia televisão e a melhor informação era a leitura. Lendo as mais diversas reportagens e vendo lindas fotos de lugares longuinquos , comecei imaginar como a vida profissional do reporter responsavel por estas lindas matérias deveria ser diversificada, eu gostaria de viver assim. Continuei estudando com mais afinco. Me imaginava buscando acontecimentos novos em outros países e fotografando tudo para posterior publicação. O melhor de tudo que haveria uma fonte pagadora de minhas despezas, assim poderia conhecer muitos povos e lugares diferentes "de graça".

Minha viagem internacional inaugural custou bem pouquinho dinheiro mas muito esforço fisico. Cinco colegas de escola e eu fomos de bicicleta até Londres. Senti muita emoção ao ouvir e ter que falar sómente ingles, senti mais insentivo para minha futura profissão.

Até que.......um belo dia papai reuniu a familia e anunciou que iriamos imigrar para o Brasil, pois ele já viveu e serviu 2 guerras mundiais e seu desejo era viver num canto ensolarado do mundo onde poderia viver e morrer em paz.

Em São Paulo conheci meu marido. Ele trabalhava e estudava engenharia mecanica industrial. Para ajudar nas despesas, ele começou fabricar em casa, à noite e fins de semanas, copiadoras para fotocópias. A fotocópia era a antecessora da xerox. A noite, apos lavar a louça do jantar, eu levava um cafézinho e fazia companhia para ele. Foi assim que conheci parafusos, engrenagens, aço inoxidavel, alumínio, celeron,entre outras matérias primas, e...graxa,...e....gostei! Resolvi estudar engenharia de maquinas tambem. Arrumei uma secretária de casa para poder estudar e trabalhar com meu marido o resto do tempo disponivel. Com o surgimento da xerox, as fotocópias "morreram".

Meu marido sempre amou fotografias, era um otimo fotoamador e colecionador de maquinas fotograficas, fazia nossas fotos em casa, até posters muito grandes, conhecia bem as maquinas necessárias para confeccionar fotografias dentro do quarto escuro. Resolvemos juntar o aprendizado nos estudos com o prazer de atuar dentro do ramo da fotografia, e iniciamos nossa trajetória de fabricantes de maquinas para laboratório fotográfico. Para aperfeiçoar os serviços de escritório que estavam a meus cuidados, fiz um curso por correspondencia de contabilidade. E como a parte burocratica não ocupava o dia todo, eu fazia tambem a instalação elétrica das maquinas e seus paineis de comando . Durante períodos que faltavam funcionários, eu trabalhava em torno mecanico, torno revolver, furadeiras, solda eletrica, frezadora de engrenagens, pintura de revolver e outros serviços necessários. Meu broto carinhosamente me chamava de "minha torneirinha". Assim labutamos, de mãos dadas, pela vida entre maquinas operatrizes, matérias primas, graxas e tintas, para finalmente termos o produto para comercialização e consequentemente a garantia de nossa sobrevivencia.

Porém, meu sonho da juventude não congelou! Trabalhamos muito, sim. Durante os primeiros anos foi só trabalho. Conseguimos comprar nossa propriedade e apos 10 anos nasceu nosso filho. Aos 31 anos de minha vida no Brasil, fomos pela primeira vez para minha terra natal. Meu marido adorou, voltamos para lá algumas vezes e conhecemos tambem varios outros países da Europa.

Vivemos assim felizes por 45 anos, agora estou sozinha há 11 e ainda gosto de viajar, tanto em nosso país que é bonito por natureza, como no exterior.

Hoje faço uma retrospectiva de minha vida e me sinto feliz como tudo desenrolou, talvez até um pouco orgulhosa por tambem nos termos colaborado um pouquinho com o atual progresso de nosso lindo país.

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